“Estou aqui para vos dizer que serei candidata à Presidência da República”. Foi desta forma que a eurodeputada Marisa Matias deu o tiro de partida para a corrida eleitoral a Belém, afirmando concorrer contra Marcelo Rebelo de Sousa.
Na apresentação pública da candidatura, esta quarta-feira, no Largo do Carmo, em Lisboa, que não contou com a presença na plateia de outros dirigentes do Bloco de Esquerda, mas de quem conta com o apoio, mas apenas de representantes de vários quadrantes profissionais, a candidata afirmou não ser “candidata por jogos partidários, por ajustes de contas, por necessidade de palco”.
Ao som da música “Grão da mesma mó”, de Sérgio Godinho, Marisa Matias descreveu a candidatura que quer levar a Belém: “sem medo”. “O medo é o que nos destrói, é o que nos torna um país pequeno e submisso, é que provoca divisões, racismo, ódio, perseguições. O medo divide, a República une”, vincou.
“Eu sou candidata para fazer essa campanha contra o medo”, afirmou, antes de se descrever “socialista, laica e republicana”, que “vai à luta pelas minhas ideias, ao lado de quem não desiste de Portugal”.
Deixando claro que é “candidata contra Marcelo Rebelo de Sousa”, garantiu que é mais o que os separa do que os une. “É o presidente em funções e sei bem as diferenças com o passado. E sei de caminhos onde nos encontramos, como na exigência pelos direitos das pessoas em situações de sem-abrigo ou luta pela visibilidade e reconhecimento dos cuidadores informais. Mas discordamos em questões essenciais e peço o voto sobre esse diferença”.
As diferenças acentuam-se no regime político, do qual diz, Marcelo querer “mais do mesmo”, de um regime financeiro que se foi esvaindo em privatizações e negócios” que o atual Presidente “aceitou” ou de um sistema de saúde.
Esta é a segunda vez que Marisa Matias se candidata a Belém, depois de em 2016 ter conquistado 10,12%, o melhor resultado de sempre dos bloquistas numas presidenciais. “O país ouve falar todos os dias da pandemia e sobressalto em que vivemos, mas fala-se cada vez menos de quem todos os dias luta nos hospitais e centros de saúde”, disse a candidata às eleições presidenciais do próximo ano, que já contam com pelo menos oito candidatos assumidos.
“Não terei o voto dos mandatários das fortunas, mas estarei com os jovens trabalhadores que não aceitam empobrecer nesta segunda grande crise das suas vidas”, frisou.
(Atualizado às 18h16)
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