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“Filas impressionantes”. Ayamonte já beneficia com a greve dos motoristas em Portugal

A paralisação, que tem início esta segunda-feira, deve levar um grande número de clientes portugueses aos postos de abastecimento espanhóis. Essa afluência pode beneficiar ainda o comércio local e, inclusivamente, o setor da restauração.
11 Agosto 2019, 10h45

Os portugueses que habitualmente cruzam a fronteira para atestar o carro já o estão a fazer com maior assiduidade nos postos de abastecimento de Ayamonte, na fronteira com Portugal, conta o Diario de Huelva.

“Temos aqui filas impressionantes”, dizia ao diário regional espanhol um dos trabalhadores do posto da BP que temia “não dar conta” de tantos clientes que têm cruzado a fronteira para abastecer o carro.

Fontes do setor contaram ao ABC de Sevilla que, apesar de ser habitual o recurso dos portugueses às bombas espanholas ao fim-de-semana, desta vez, e nas últimas horas, tem-se registado a afluência de centenas de clientes que chegam a Espanha através da ponte sobre o Guadiana em Ayamonte ou pela estrada para Rosal de la Frontera.

De resto, os postos de abastecimento de Ayamonte esperam que a procura de clientes portugueses seja superior ao que aconteceu no passado mês de abril, momento da última paralisação dos motoristas de matérias perigosas.

De acordo com o Diario de Huelva, espera-se que a greve que tem início esta segunda-feira não só traga clientes aos postos de abastecimento como essa afluência seja ainda benéfica para o comércio local e, inclusivamente, para o setor da restauração.

 

Serviços mínimos entre 50% a 100%

O Governo decretou na quarta-feira serviços mínimos entre 50% e 100% para a greve dos motoristas de mercadorias que se inicia no dia 12 por tempo indeterminado.

Os serviços mínimos serão de 100% para abastecimento destinado à REPA – Rede de Emergência de Postos de Abastecimento, portos, aeroportos e aeródromos que sirvam de base a serviços prioritários.

O Governo decretou ainda serviços mínimos de 100% para abastecimento de combustíveis para instalações militares, serviços de proteção civil, bombeiros e forças de segurança.

Também para transporte e abastecimento de combustíveis, matérias perigosas, medicamentos e todos os bens essenciais destinados ao funcionamento dos hospitais e centros de saúde, entre outras unidades de saúde, o executivo decretou serviços mínimos de 100%.

O Governo fixou os serviços mínimos para a greve depois das propostas dos sindicatos e da associação patronal Antram terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluíam trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

Também na quarta-feira, o Governo decretou, preventivamente, estado de emergência energética, no âmbito do pré-aviso de greve, permitindo a constituição da REPA, com 54 postos prioritários e 320 postos de acesso público.

A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo SIMM, que acusam a Antram de não querer cumprir o acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

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