O governo da África do Sul decidiu suspender o seu plano de vacinção, este domingo, depois de os resultados preliminares de um estudo indicarem que uma proteção mínima em casos de infeção leves e moderados da nova estirpe que circula no país.
De acordo com os dados citados pelo “Wall Street Journal”, o ensaio clínico, que contou com a participação de cerca de dois mil voluntários com idades entre os 30 anos, não foi capaz de comprovar a eficácia em casos mais graves da doença da Covid-19, uma vez que os adultos eram saudáveis. Os resultados vão em linha com os dados da Universidade de Oxford que indicam que o fármaco desenvolvido com a AstraZeneca oferece proteção limitada contra a variante detetada na África do Sul.
Dos 39 voluntários do estudo infetados com a nova variante sul-africana, 19 receberam a vacina, enquanto 20 receberam um placebo, explicou Shabir Madhi, o principal investigador do estudo e reitor da escola de medicina do Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo. Esses números resultaram numa taxa de eficácia de cerca de 10% na proteção contra Covid-19 leve e moderado da nova variante, disse o Dr. Madhi, embora ele acrescentasse que os dados eram muito limitados para serem estatisticamente significativos.
Os ensaios clínicos feitos recentemente com a variante 501Y.V2 (ou linhagem B.1.351), que foi descoberta inicialmente na África do Sul, notam que as vacinas são menos eficazes em casos leves da doença, mas que continuam a evitar manifestações mais graves da covid-19.
O governo sul-africano esperava iniciar ainda este mês a vacinação dos profissionais de saúde com as doses AstraZeneca, mas os resultados obrigam a uma pausa. Na segunda-feira o país tinha recebido um milhão de doses da vacina produzidas pelo Instituto Serum da Índia. Em vez de as usar, os profissionais começarão a ser vacinados com as doses desenvolvidas pela Johnson & Johnson e pela Pfizer.
“A vacina AstraZeneca permanecerá connosco”, reforçou Zweli Mkhize. “Até que os cientistas nos dêem indicações claras sobre o que precisamos de fazer.”
Tal como a vacina da farmacêutica e da instituição britânica, também as vacinas da Johnson&Johnson e da Novavax indicam ter uma baixa eficácia contra a nova variante. Face a esta nova preocupação, a Universidade de Oxford anunciou que está a preparar uma nova vacina destinada a imunizar contra a estirpe sul africana que deverá ficar pronta no outono.
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