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Governo demite responsável da Linha Saúde 24

Henrique Martins terá sido “apanhado de surpresa” depois de ter sido informado esta quarta-feira pessoalmente pela secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, de que não iria ser reconduzido. Luís Goes Pinheiro, antigo secretário de Estado, vai assumir o cargo de responsável da Linha Saúde 24.
5 Março 2020, 17h41

“A meio da batalha” o Governo decidiu afastar Henrique Martins do cargo de presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a entidade responsável pela Linha SNS24. A decisão acontece em plena crise de coronavírus e depois de António Costa ter afirmado no parlamento, referindo-se a Graça Freitas, que “não se mudam generais a meio da batalha”.  Na notícia avançada, esta quinta-feira, pelo “Observador”, já existe um substituto: o antigo secretário de Estado, Luís Goes Pinheiro.

Segundo a confirmação dada pelo próprio Henrique Martins ao site noticioso, o responsável terá sido “apanhado de surpresa” depois de ter sido informado esta quarta-feira pessoalmente pela secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, de que não iria ser reconduzido.

A sua comissão de serviço tinha terminado no dia 31 de dezembro de 2019, mas continuou em funções até ontem. De acordo com Henrique Martins, que ocupava o cargo de presidente do Conselho de Administração da SPMS desde abril de 2013, ainda poderia ter continuado a exercer o cargo, uma vez que o limite são três mandatos, cada um de três anos.

O agora antigo responsável refere ainda que não lhe foi dada qualquer justificação para a sua não recondução. A saída surge numa altura em que a Linha SNS24 está sob fogo, depois de várias críticas relativamente à falta de capacidade de resposta face ao número de chamadas que tem vindo a receber devido ao novo coronavírus.

Desde do inicio do surto, a linha SNS 24 atingiu um máximo histórico na segunda-feira logo pós a confirmação dos dois primeiros casos de coronavírus em Portugal. De acordo com os dados do Portal da Transparência do SNS , divulgados pelo jornal “Público”, perante a afluência de chamadas, os enfermeiros não conseguiram dar resposta e atenderam apenas um quarto das chamadas em tempo útil.

No debate quinzenal desta quarta-feira, quando questionado sobre se iria substituir a diretora-geral da Saúde, o primeiro-ministro afirmou que “não se mudam generais a meio da batalha”. “Fiquei curioso com essa expressão”, afirma Henrique Martins ao Observador, acrescentando que não sabe se o primeiro-ministro tinha conhecimento da sua não recondução.

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