António Guterres defende que os governos de todo o mundo devem acelerar medidas para combater as alterações climáticas. O secretário-geral das Nações Unidas considera que as medidas tomadas junto dos setores mais poluentes devem beneficiar os cidadãos.
“É preciso acabar com subsídios aos combustíveis fosseis, é preciso reduzir os impostos às pessoas, nomeadamente nos salários, e taxar o carbono”, disse António Guterres à RTP.
O antigo primeiro-ministro também defendeu que é “preciso acabar com a construção de centrais a carvão, que infelizmente continuam a popular no mundo a partir de 2020. E é preciso tomar um conjunto de outras medidas que exigem vontade política”.
As declarações à RTP tiveram lugar durante uma vista ao Quénia e a Moçambique.
Sobre o Acordo de Paris, em que 195 países comprometeram-se a tomar medidas para mitigar as alterações climáticas, o secretário-geral aponta que é preciso fazer mais.
“Se forem cumpridas [as metas], chegaremos ao fim do século com mais três graus [centígrados], o que é uma catástrofe absoluta. Pior ainda, mesmo aquilo que foi prometido por muitos estados não está a ser cumprido, há aqui uma situação paradoxal”, destacou.
António Guterres revelou o seu pessimismo sobre a situação atual e criticou a falta de vontade política para atuar neste campo.
“Tudo indica que as coisas estão piores do que se pensava, todas as realidades a que assistimos no mundo, são piores do que as piores previsões que existiam, mas a vontade política esmoreceu depois de Paris. Infelizmente, as mudanças de clima estão a decorrer mais depressa do nós próprios”, sublinhou o secretário-geral.
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