Uma das primeiras regras em que a Direção-Geral da Saúde implementou quando se soube da existência do vírus SARS-CoV-2 foi a lavagem das mãos, uma medida aplaudida por Henrique Barros, presidente da Direção do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.
“Os hospitais ensinaram-nos a importância de lavar as mãos no contexto das infeções”, sublinhou o presidente do Instituto de Saúde Pública do Porto durante a sua intervenção na audição conjunta da Comissão Eventual perante os deputados na Assembleia da República.
Henrique Barros apontou ainda que a situação atual das máscaras se tornou confusa, uma vez que vários país estão a abolir o uso das máscaras sociais e os governantes abandonaram as máscaras cirúrgicas e optaram pelas FFP2. “É importante lembrar a lavagem das mãos e das superfícies”, disse o presidente, afirmando ainda que os espaços domésticos e os locais de trabalho são das maiores fontes de contágios porque a limpeza não é muitas vezes a adequada dado o contexto pandémico.
Durante a sua intervenção, Henrique Barros abordou ainda o uso da aplicação Stayaway Covid e das cadeias de transmissibilidade que causam vários novos casos de infeção. “Se formos capazes de identificar 80% dos contactos no primeiro dia, quebramos inequivocamente as cadeias de transmissão”, sublinhou o profissional, garantindo que a falta de identificação gera muitas vezes mais infetados.
O presidente do Instituto de Saúde Pública do Porto adiantou ainda que o instituto tem estudado a “natureza heterogénea desta infeção” e que “apesar de Portugal ser um país geograficamente pequeno, tem sido particularmente visível a heterogeneidade da infeção” ao longo da pandemia. Henrique Barros sublinhou que o tempo, espaço e dinâmica da infeção nas regiões do país tem sido “totalmente diferentes”, com o Norte já ter “contornado o cume da montanha, contrariamente a Lisboa que continua a subir”.
O profissional reflete que é importante a produção de informação continuada, e isso significa realizar rastreios com maior frequência à população, de forma a compreender “os mecanismos de infeção, transmissão e doença”, sendo ainda “fundamental compreender o contexto da infeção”.
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