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Imobiliário vai ser condicionado por políticas destinadas a outros sectores, afirma Nogueira Leite

“Se começarmos a fazer demasiadas alterações [às políticas], os portugueses vão começar a ter cuidado na altura de fazer investimentos, e isso vai acabar por afetar o imobiliário”, sustenta o economista.
30 Abril 2024, 11h41

As políticas públicas devem começar a ter em conta o sector imobiliário, que está a ser impactado, e deverá ser ainda mais condicionado futuramente. Esta opinião é partilhada pelo economista António Nogueira Leite, na sua participação na discussão do ‘Special Report – Desafios do Imobiliário em 2024’, organizado pelo Jornal Económico e que decorre esta terça-feira, 30 de abril, em Lisboa.

Um das sugestões dadas pelo economista foi olhar-se para a tributação da riqueza, que vai significar “tributar o imobiliário”. Nogueira Leite lembra que “Portugal é um país com uma grande percentagem de proprietários imobiliários”, atualmente com 73% dos portugueses a serem proprietários de, pelo menos, um imóvel. Para o economista, há a “necessidade de não onerar a tributação das atividades ligadas ao sector”.

Ora, abordando a tributação da riqueza, que irá afetar o mercado imobiliário, Nogueira Leite defende que existem riscos relacionados com os proprietários, nomeadamente a “penalização brutal na detenção dos imóveis, já depois da compra e pagamentos de impostos”.

“Se começarmos a fazer demasiadas alterações [às políticas], os portugueses vão começar a ter cuidado na altura de fazer investimentos, e isso vai acabar por afetar o imobiliário”, sustenta o economista.

Temos de nos lembrar que o sector pode ser afetado por problemas que não dependem dele. O sector imobiliário vai estar condicionado a várias situações, mas temos de olhar mais para e focarmos a atenção nele

Questionado sobre o maior problema atualmente no mercado, António Nogueira Leite destaca o “acesso à habitação”, sustentando que este é “o maior problema social de agora” e que pode “vir a ter graves consequências no futuro”. Para o economista, existem problemas do lado da oferta que têm de ser resolvidos com celeridade, dadas as condições nesta problemática.

Ainda assim, defende que “não podemos esquecer o país onde estamos, em que é quase milagroso termos crescido”.

Sobre a entrada de fundos internacionais no mercado imobiliário e habitacional português, Nogueira Leite diz que estes “olham para o nosso mercado com grande interesse”. No entanto, apesar de todo o interesse, assume a dificuldade que estes mesmos fundos cheguem à Europa através de Portugal. “É difícil criar estabilidade, por isso é importante que as melhorias a concretizar não sejam efémeras”, dado que Portugal deve ter as mesmas condições de acesso que outros países.

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