[weglot_switcher]

Iniciativa Liberal: partido unido em torno do novo programa político

O novo programa político do Iniciativa Liberal foi aprovado com 97,89% dos votos na VIII Convenção Nacional, um documento alterado pela primeira vez desde a fundação do partido.
O presidente e deputado da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, fala aos jornalistas no exterior da sala do grupo parlamentar na Assembleia da República, em Lisboa, 26 de março de 2024. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
7 Julho 2024, 17h17

O novo programa político do IL foi aprovado na convenção do partido neste domingo com 97,89% dos votos na VIII Convenção Nacional, um documento alterado pela primeira vez desde a fundação do partido.

Depois de na véspera falhar o objetivo de alterar os estatutos por nenhuma das duas propostas ter alcançado os dois terços dos votos necessários, hoje a reunião magna conseguiu aprovar a proposta da Comissão Executiva para mudar este documento estratégico. Dos 522 membros da IL que votaram, registaram-se 511 votos a favor, 10 abstenções e um voto contra, numa votação que decorreu de forma presencial e ‘online’.

Na apresentação da proposta, que antecedeu o debate com cerca de seis dezenas de intervenções, o deputado liberal Bernardo Blanco justificou as alterações ao programa político da IL com a necessidade de retirar posições problemáticas e riscos políticos, além de inscrever novos temas. Considerou também que o novo texto defende “ideias corajosas” como “mais nenhum partido”.

O deputado liberal afirmou que esta é “a base ideológica e o pensamento político” da IL e que corporiza aquilo em que o partido acredita, mas sem ser “panfletário ou um programa eleitoral”.

Referindo que o atual documento tem “posições demasiado eleitorais e detalhadas” e “posições contraditórias” com aquelas que a IL tem vindo a defender, Bernardo Blanco afirmou que era preciso eliminar “alguns riscos políticos” e mostrar que o partido evoluiu.

Sobre aquilo que mudou nesta nova proposta – que assegurou ter sido “o processo mais participado da história da IL” – o deputado detalhou que foram retiradas “posições mais problemáticas”.

“Inserimos novos temas onde o programa político atual nada diz. Poder local, sustentabilidade migrações, habitação. Muitos deles não podemos deixar que fiquem apenas para outros partidos”, adiantou.

O programa é dividido em seis eixos: direitos, liberdades e garantias; organização política; soberania; economia; sociedade e estado social.

Entre as “posições corajosas” que tem a certeza que “mais nenhum partido colocaria”, Bernardo Blanco apontou a ideia de que IL “não se revê num Estado paternalista que force uma igualdade de resultados” ou a defesa de um “Estado enxuto, com uma Administração Pública transparente, instituições fortes, descentralizado e orçamentalmente responsável”.

Uma “função pública mais pequena, eficiente e qualificada, sujeita a avaliações de mérito e adequadamente remunerada” ou a ideia de “quer os lucros quer os prejuízos privados não devem ser socializados” são outros dos aspetos deste documento nos quais os liberais se assumem como o partido do “primado da liberdade individual”.

O presidente do IL, Rui Rocha, considerou entretanto ser inaceitável haver cidadãos sujeitos a escutas durante quatro anos, salientando que “um partido liberal não tolera esta situação”. “É inaceitável que tenhamos cidadãos, sejam eles quais forem, sujeitos a escutas durante quatro anos. Um partido liberal não tolera esta situação”, acentuou Rui Rocha no encerramento da VIII Convenção Nacional do IL.

Antes da referência às notícias de que o ex-ministro socialista João Galamba foi escutado durante quatro anos, o líder liberal considerou “inadmissível” que existam em Portugal “cidadãos detidos mais tempo do que a lei permite”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.