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Isabel dos Santos responde a João Lourenço e contesta “cofres vazios” em Angola

A empresária realça que apesar do governante ter mencionado a existência de “cofres vazios”, José Eduardo dos Santos fez questão de desmentir essas afirmações mencionado a existência de mais de 15 mil milhões de dólares.
  • Toby Melville/Reuters
22 Novembro 2018, 16h31

Isabel dos Santos pronunciou-se sobre as declarações do presidente de Angola, João Lourenço, ao Expresso, através de um tweet colocado ao início da tarde.

A empresária realça que apesar do governante ter mencionado a existência de “cofres vazios” em Angola, José Eduardo dos Santos fez questão de desmentir essas afirmações mencionado a existência de mais de 15 mil milhões de dólares sendo que o Banco Nacional de Angola confirmou essa informação ao mencionar, em informação datada de setembro deste ano, um valor de 19,8 mil milhões de dólares.

José Eduardo dos Santos, que convocou uma conferência de imprensa na nova sede da Fundação Eduardo dos santos, garantiu ter deixado mais de 15 mil milhões de dólares nas contas do Banco Nacional de Angola (BNA).

“Vou começar por dizer que não deixei os cofres do Estado vazios, quando na segunda quinzena do mês de Setembro de 2017 fiz a entrega das minhas funções ao novo Presidente da república. Nessa altura, nas contas do Banco Nacional de Angola, estavam mais de 15 mil milhões de dólares como reservas internacionais liquidas. O gestor dessas contas era o senhor governador do BNA (Walter Filipe)”.

O antigo Presidente afirmou a necessidade de “prestar alguns esclarecimentos” sobre a forma como conduziu a coisa pública durante os 38 anos de Governo, sem, no entanto, mostrar qualquer disponibilidade para responder a perguntas dos jornalistas.

A resposta de Dos Santos surge cinco dias depois de o actual Presidente da República (PR), João Lourenço, ter afirmado, numa entrevista ao jornal português Expresso, que tinha encontrado os cofres do Estado vazios quando tomou posse.

Nesta entrevista citada pela Lusa, João Lourenço criticou a forma como o seu antecessor no cargo, José Eduardo dos Santos, procedeu na fase de transição do poder, dizendo que não houve uma “verdadeira passagem de pasta”, o que o obrigou, nos primeiros meses no Palácio da Cidade Alta, a um trabalho redobrado para se inteirar da real situação do país.

“Esperava uma verdadeira passagem de pasta em que me fosse dado a conhecer os grandes dossiês do país e isso, de facto, não aconteceu”, lamentou João Lourenço, que aproveitou ainda para dizer que esse momento de transição foi quando se deu conta da “anormalidade” dos últimos actos do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.

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