O coordenador da comissão de acompanhamento da resposta nacional em medicina intensiva, João Gouveia, afirmou esta segunda-feira, 8 de fevereiro, que Portugal está “muito perto do total de expansão da medicina intensiva”, apesar de aos poucos o número de camas ter sido expandido.
“Conseguimos expandir as 200 camas, e ainda conseguimos expandir mais algumas mas estamos praticamente em todos os blocos operatórios e recobros em todos os hospitais. A capacidade ainda existe mas é diminuta, não só por espaço mas também por recursos humanos”, explicou João Gouveia.
De acordo com o coordenador, durante a conferência de imprensa, atualmente faltam recursos humanos nas áreas de “intensivistas e enfermagem”, sendo que este último “dificulta a expansão” do número de camas, uma vez que tem de existir acompanhamento permanente.
Em relação à transferência entre hospitais, nomeadamente para regiões fora de Lisboa, João Gouveia afirmou que estas sempre existiram em termos de medicina intensiva. “Neste momento há transferências em Lisboa e Vale do Tejo, que está mais aflita, para o Centro e para o Norte”, disse, acrescentando que se têm verificado transferências inter-regionais.
“Já houve, há algum tempo, da região Norte para o Centro, quando houve o agravamento epidemiológico no Norte, e também do Alentejo para Lisboa e Vale to Tejo e Algarve”, assumiu. Atualmente, com a situação diversificada em todas as regiões, João Gouveia garante que este modelo tem favorecido a elasticidade da rede. “Tivemos a noção que só conseguiríamos sobreviver se trabalhássemos em rede, e é isso que vamos continuar a fazer”, continuou, notando o bom trabalho.
Abordando novamente a questão da capacidade, João Gouveia afirma que é preciso desocupar os blocos operatórios e os recobros para se “voltar à normalidade” e conseguir dar resposta aos doentes Covid e não Covid. “Tivemos de parar o não Covid porque não temos outros recursos. Enquanto estivermos a canalizar os recursos para a Covid vamos estar a criar uma fatura que vamos pagar mais tarde, porque vamos ter doentes que não vão ser detetados e tratados a tempo e que vão trazer problemas em termos de saúde pública no futuro, e isso é extraordinariamente importante”, explicou o coordenador.
“Todo o regresso à normalidade só pode ser feito depois de termos uma garantia de que a situação epidemiológica está controlada, e tem de ser feito gradualmente e com atenção aos indicadores. Os mais fáceis são os números de hospitalizações e de medicina intensiva”, indicou.
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