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Ler em voz alta para nós e para os outros

Jovens de Alcochete chamam a atenção para a importância da leitura. No mundo, mais de 750 milhões de pessoas não sabem ler nem escrever. O ministro da Educação juntou-se aos alunos e partilhou experiências.
8 Fevereiro 2019, 00h18

“No cume da madrugada/lua e medo/guiam barcos a transbordar” […] Muros na Europa/para vedar/a vontade de viver”. A voz do jovem aluno do Agrupamento de Escolas de Alcochete emocionou quem o escutava no Fórum Cultural de Alcochete, por ocasião do “Espetáculo de Leitura em Voz Alta – Clube MED”.

Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, o convidado mais ilustre, foi tocado pela emoção. “Marcante!”, comentaria no final da iniciativa, que considerou um verdadeiro exercício de cidadania.

A iniciativa do Plano Nacional de Leitura 2027, promovida em colaboração com o Agrupamento de Escolas de Alcochete, a Câmara Municipal de Alcochete e a associação artística Andante, pretendeu assinalar o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta, que se comemora em todo o mundo no primeiro de fevereiro.

Esta efeméride foi instituída pela organização sem fins lucrativos LitWorld, com o propósito de fomentar o contacto dos jovens com a leitura, a escrita e a narrativa.

Em Alcochete, depois da “leitura em voz alta” de poemas da obra “Clube Mediterrâneo – Doze Fotogramas e uma Devoração”, da autoria de João Pedro Mésseder, Ana Biscaia e Joana Monteiro, onde a tipografia se cruza com a ilustração e que aborda a temática dos refugiados, Tiago Brandão Rodrigues juntou-se aos alunos, partilhando experiências.

Teresa Calçada, Comissária do Plano Nacional de Leitura 2027, grande impulsionadora em Portugal da prática da leitura, dirigiu-se aos jovens e sublinhou a riqueza que é saber ler: “Para quem não sabe ler, ler em voz alta traz tudo, ou quase.”

A alfabetização é uma das conquistas do Portugal democrático. Porém, no mundo inteiro, estima-se que existam 617 milhões de crianças e adolescentes que não têm competências mínimas de leitura, escrita e matemática. Segundo dados avançados pela diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, no Dia Internacional da Alfabetização, que se comemorou a 8 de setembro, mais de 750 milhões de jovens e adultos não sabem ler nem escrever.

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