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Lucros do BCP sobem 90,5% para 215 milhões de euros

No mesmo período do ano passado, o banco liderado por Miguel Maya tinha obtido lucros de 112,9 milhões de euros.
  • Cristina Bernardo/JE
15 Maio 2023, 17h25

Os lucros do BCP subiram 90,5% para 215 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. No mesmo período do ano passado, o banco liderado por Miguel Maya tinha obtido 112,9 milhões de euros.

“Esta evolução do resultado líquido consolidado ficou a dever-se ao crescimento expressivo registado quer na atividade em Portugal, quer na atividade internacional, levando a que a rendibilidade dos capitais próprios (ROE) do grupo se situasse nos 17,7%, significativamente acima dos 8,2% apurados no primeiro trimestre de 2022”, de acordo com um comunicado divulgado pelo banco esta segunda-feira na CMVM. 

O BCP só contabiliza os custos regulamentares (que incluem contribuições extraordinárias para o Fundo de Resolução) no segundo trimestre razão pela qual o ROE é tão alto neste trimestre.

O banco indica que para o crescimento do resultado líquido “contribuiu largamente a evolução dos proveitos core que aumentaram 30,7% (202,0 milhões de euros) face ao  primeiro trimestre de 2022, beneficiando sobretudo do desempenho da margem financeira, quer na atividade em Portugal, onde cresceu 128,1 milhões de euros (+60,5%), quer na atividade internacional, cujo aumento se cifrou em 71,3 milhões de euros (+28,2%)”.

O resultado dos três primeiros meses do ano reflete também o ganho extraordinário, considerado como item específico, de 127,01  milhões de euros resultante da venda, por parte do Bank Millennium, de 80% das ações da Millennium Financial Service.

Por outro lado, refere o BCP, “os custos associados à carteira de créditos hipotecários em moeda estrangeira continuam a penalizar fortemente o desempenho da subsidiária polaca e consequentemente do Grupo, tendo registado, globalmente, um aumento de 77,81 milhões de euros, passando de 127,91 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022, para 205,71 milhões de euros, no primeiro trimestre de 2023”.

Subida dos juros impulsiona margem

Neste período, a margem financeira do grupo cresceu 42,9% para 664,6 milhões de euros no final de março de 2023. O crescimento foi transversal às várias geografias onde o banco opera, com a atividade em Portugal a registar um aumento de 60% neste período. 

“O desempenho favorável da margem financeira na atividade em Portugal reflete em larga medida o maior rendimento gerado pela carteira de crédito a clientes, decorrente dos aumentos registados nas taxas de juro. Por outro lado, a subida das taxas de juro repercutiu-se na remuneração da carteira de depósitos, com o consequente impacto negativo”, refere o BCP no comunicado. 

As comissões líquidas cresceram 1,3% para 195,4 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023 em comparação com o período homólogo. De acordo com o banco, isto reflete o aumento das comissões bancárias em Portugal, “cujo impacto foi atenuado pela redução das comissões relacionadas com os mercados financeiros”.

Os custos operacionais recuaram de 143,2 milhões de euros para 146,4 milhões de euros devido ao impacto da inflação nos outros gastos operacionais.

Contratação de crédito recua

No primeiro trimestre, a carteira de crédito (bruto) consolidada do BCP recuou 2% para  57.290 milhões de euros. Em Portugal, a redução foi de 0,9%, com o segmento de empresas a registar uma redução de 735 milhões de euros face ao final do primeiro trimestre de 2022, “influenciado pelo ambiente de menor procura de crédito devido às taxas de juro mais elevadas e atrasos em projetos de investimento e, também, pela redução de stock de NPE”.

Entre as famílias, o crédito hipotecário registou um aumento de 300 milhões de euros e o crédito pessoal de 54 milhões de euros.

Apesar do contexto económico atual, o BCP registou uma descida de 506 milhões de euros no stock de NPE (Non-Performing Exposure, que inclui crédito malparado), para para 2.173 milhões de euros. O rácio de NPE, em termos consolidados, diminuiu de 4,6% no final do primeiro trimestre de 2022 para 3,8% em 31 de março de 2023.

Por outro lado, os recursos de balanço do grupo cresceram 4% para os 76,4 mil milhões de euros, suportado essencialmente pelo crescimento de 2,5 mil milhões de euros (5,1%) nos depósitos em Portugal.

Em termos dos rácios de capital, o rácio CET1 fixou-se em 13,6% em phased-in e em fully implemented, face aos rácios de 11,4% e 11,5% reportados em termos phased-in e fully implemented na mesma data de 2022.

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