Luís Vicente tem o mesmo nome do pai e seguiu os seus passos, sendo apelidado como “o milionário do Oeste”. É um empresário discreto, muito low profile e são raras as vezes em que se deixa fotografar.
Contudo, isso não lhe tira o mérito do império que gere nem do património para o qual trabalhou. A Forbes Portugal coloca Luís Manuel Vicente em 49º lugar no ranking dos 50 mais ricos, o que representa uma descida de dez posições face à lista de 2023.
O empresário de Torres Vedras cresceu no meio da produção e fechou 2023 com uma fortuna avaliada em 295 milhões de euros. Volvido um ano, a sua fortuna cresceu até aos 314 milhões de euros, mas isso não impediu a sua quebra em 10 lugares.
Anteriormente, Luís Vicente pai esteve entre os 10 nomes mais ricos de Portugal, mas com a criação de novos negócios e de maior crescimento do tecido empresarial português, o seu nome tem vindo a cair na tabela.
Atualmente, Luís Vicente é dono do grupo com o mesmo nome, o grupo Luís Vicente, criado pelo seu pai. É este grupo que se dedica à produção e comércio de frutas, acumulando a maioria da fortuna, estando hoje inserido dentro do grupo Nuvi.
Contudo, Luís Manuel Vicente terá desistido dos estudos após concluir o 12º ano de escolaridade para acompanhar o pai e beber da sua sabedoria. É irmão de Lídia Maria e Isabel Maria.
Foi o pai, Luís Vicente, que iniciou a operação de produção e comércio de pera rocha do Oeste, a parte de Torres Vedras, no fim da década de 60 e na década seguinte abriu o primeiro armazém na Freixoeira. Expandiu-se para os Açores em 1984 e iniciou, três anos depois, o comércio de frutas tropicais, que atualmente já se estende a Portugal, Espanha, Holanda, Brasil, Costa Rica, Angola e outras geografias.
Atualmente, a maior parcela do negócio do grupo, bem como do património de Luís Vicente, está assente em Angola.
Em 1997, a Luís Vicente viria a constituir a Globalfrut, organização de produtores, que comercializa pera rocha, maçã royal gala, nectarinas e ameixas (frutas tipicamente produzidas na região de Torres Vedras), contando com 63 associados que somam uma área de 500 hectares de produção.
Com o grupo já liderado por Luís Vicente filho, que foi comprando parcelas do negócio às irmãs, este foi crescendo e acrescentando marcas ao seu portefólio: Plump, de fruta tropical; Frubis, fruta desidrata; Maria, marca de fruta portuguesa; Kibala, legumes para o mercado angolano.
A Nuvi Industrial nasceu em 2006, numa parceria entre a Luís Vicente e a Consulai e a Oleribus, estando atualmente inserida dentro do grupo. Esta foi criada com o objetivo de produzir fruta fresca cortada, dentro de um projeto de base tecnológica. O grupo assumiu o controlo total da empresa em 2008 e foi expandindo a sua base, agregando hoje fruta desidrata (marca Frubis) e a Sunfruit, unidade produtiva em Ferreira do Alentejo.
Esta empresa dentro do grupo está presente no mercado português e exporta para mais de 10 países na Europa e Ásia, querendo expandir a sua marcar nos mercados internacionais nos próximos anos. “A agenda de inovação a nível de desenvolvimento de novos produtos é também muito ambiciosa, pelo que o crescimento da empresa passará não só pela entrada em novos mercados, mas também pelo alargamento da sua gama de produtos”, lê-se na descrição da empresa sob a alçada de Luís Vicente.
Mais tarde, em 2018, adicionou a Abrunhoeste ao portefólio do grupo, de conservação e refrigeração de frutas.
Luís Vicente abriu também fronteiras para o continente africano, nomeadamente para Angola. Segundo a revista Forbes Portugal, é em Angola que Luís Vicente instala a maior parte dos negócios dentro de África.
Neste país, o grupo português Luís Vicente criou a Refriango, uma das maiores indústrias atuais em Angola, que se dedica à produção de sumos, águas e cervejas, onde é detentora de marcas como o refrigerante Blue, sumos Nutry, cerveja Triga e água Pura. No total, a Refriango possui 15 marcas e tem capacidade de produção de 1,9 mil milhões de litros anuais.
Ainda em Angola, Luís Vicente é dono da marca Mega Cash&Carry, que opera de Luanda desde 2010.
Luís Vicente criou também a marca Kinda Home, lojas de retalho dedicadas à área do mobiliário e lar, a partir de Angola e expandiu-a para Portugal em 2018. Ao longo dos anos abriu quatro lojas mas em 2023 revelou que estava a desinvestir no país e que as lojas iam encerrar portas.
Mais recentemente, o grupo Nuvi revelou uma joint-venture com a Jerónimo Martins (dona do Pingo Doce e pertencente ao universo da família Soares dos Santos) para a produção de frutas como mandarina, nectarina, pêssego e ameixa.
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