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Lula não vai discursar no 25 de Abril mas vai ter sessão solene de boas-vindas no Parlamento

Data e hora da sessão de boas-vindas ao Presidente do Brasil no Parlamento ainda não estão definidas, e caberá ao presidente da Assembleia da República essa organização protocolar. Certo é que não haverá duas sessões em paralelo.
1 Março 2023, 14h23

Afinal, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, não vai discursar na sessão solene do 25 de Abril, no Parlamento, mas vai fazê-lo numa outra sessão com data ainda por acertar.

A decisão foi anunciada pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, depois da conferência de líderes desta quarta-feira, depois de os partidos à direita se terem manifestado contra a intenção de Lula discursar na sessão comemorativa dos 49 anos do 25 de Abril.

Augusto Santos Silva explicou que o Presidente do Brasil vai ser recebido numa sessão solene de boas-vindas, uma figura que o regimento da AR prevê e utilizada para receber no Parlamento chefes de Estado. De acordo com o presidente da AR, a sua proposta teve um “enorme apoio” e um “consenso muito grande” na conferência de líderes.

A partir de agora, caberá a Santos Silva organizar a sessão de boas-vindas a Lula da Silva, ficando o presidente da Assembleia da República encarregue de todas as questões protocolares. “A data, a hora e as demais condições protocolares, que são sempre muito importantes, serão agora tratadas por mim”, adiantou, assegurando, desde já, que as duas sessões não ocorrerão ao mesmo tempo.

“Em paralelo nunca será, porque não podemos ter duas sessões solenes ao mesmo tempo mas agora que ouvi a conferência de líderes, posso dizer que, evidentemente, teremos uma sessão solene de boas-vindas dedicada ao presidente da República do Brasil”, rematou.

Perante a polémica gerada pela possibilidade de Lula da Silva discursar no Parlamento no 25 de Abril, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha apelado a uma solução que permitisse manter a “colaboração” e a “fraternidade” entre os dois países.

A possibilidade de o presidente discursar na sessão das comemorações do 25 de Abril motivou várias críticas dos partidos de direita. Luís Montenegro considerou que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gomes Cravinho, criou uma situação “muito melindrosa”, mas a solução “não pode ser colocar um chefe de Estado a falar na sessão solene do 25 de Abril”. O presidente do PSD apelou, no domingo, ao presidente do Parlamento e aos partidos políticos para “encontrarem, ou no dia 24 ou no dia 26, o espaço suficiente para o Presidente Lula [da Silva] ser recebido com dignidade na casa-mãe da democracia portuguesa”.

Já o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, garantiu que participaria nas comemorações mas, “no momento em que houver uma intervenção” de Lula da Silva, “os lugares da bancada da Iniciativa Liberal ficarão vazios”. André Ventura afirmou que “o convite a Lula da Silva para falar no Parlamento no 25 de Abril envergonha a maioria do povo português”.

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