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Maior eficácia e melhor armazenamento. O que se sabe sobre a vacina da Moderna

A empresa norte-americana foi a segunda a comprovar uma eficácia superior a 90% da sua vacina contra a Covid-19. Usando a mesma tecnologia que a da BioNtech-Pfizer, esta vacina não precisa de ser armazenada a temperaturas tão baixas, um benefício no que toca à logística do plano de vacinação a nível mundial.
16 Novembro 2020, 13h46

A noticia surge uma semana depois do anuncio similar da farmacêutica BioNtech-Pfizer. Agora é a vez da norte-americana Moderna anunciar que a vacina contra a Covid-19, que se encontra atualmente na fase final dos testes clínicos. tem uma eficácia de 95%

Segundo a “BBC”, para os ensaios foram testadas 30 mil pessoas tendo metade recebido duas doses da vacina com quatro semanas de intervalo. Deste universo, um total de 95 pessoas desenvolveram sintomas da Covid-19. Destas, apenas cinco tinham sido imunizadas, 90 tinham recebido um placebo, segundo a biotecnológica. Assim, a eficácia dos resultados foi de 94,5%. Das 11 pessoas que registaram sintomas graves para a doença, nenhuma tinha sido vacinada.

A Moderna utiliza a tecnologia RNA, uma parte do código genético do vírus que é inoculado no corpo humano e que começa a recolocar cópias da proteína viral mas sem a capacidade de produzir o vírus. Este método provoca uma reação do sistema imunitário que vai produzir anti corpos para o coronavírus.

Os fabricantes garantiram que não foram detetados efeitos adversos graves entre os voluntários. “Hoje é um grande dia para a ciência e a humanidade. Estes primeiros resultados da terceira fase do ensaio clínico da vacina contra a covid-19 fornecem uma evidência inicial da capacidade da nossa vacina para prevenir” a doença, garante o presidente da Pfizer, Albert Bourla, ao jornal britânico “The Guardian”.

Os dados são similares à da Pfizer/BioNTech que revelaram, na semana passada, que a eficácia da vacina desenvolvida nos laboratórios era de 90%.

Frio marca a diferença

Porém a da Moderna tem uma vantagem. Segundo a “BBC”, as doses podem ser guardadas num frigorífico ultrafrio com uma temperatura inferior a -20ºC, durante seis meses, e num frigorífico comum até um mês. Segundo a farmacêutica, pode ainda ser guardada no congelador durante seis meses -20ºC. Qualquer que seja o armazenamento escolhido, o transporte desta vacina é relativamente fácil comparativamente à alemã.

Já as doses da BioNtech-Pfizer  precisam de estar armazenadas a uma temperatura de -75°C e aguentam até cinco dias à temperatura normal de um frigorífico comum. Uma diferença substancial no dilema logístico colocado para uma vacinação à escala mundial.

Quanto às doses, a empresa norte-americana espera desenvolver até 20 milhões de doses para serem distribuídas nos EUA até ao final do ano, sendo que, até junho de 2021, “todos os norte-americanos poderão ser vacinados”, segundo o CEO da Moderna. O resto do mundo terá que aguardar até 2021 para receber 500 milhões de doses, com possibilidade de produzir o dobro disso, dependendo da disponibilidade de certos materiais necessários ao processo de produção. Desse universo, a União Europeia deverá receber 160 milhões.

Já a BioNtech-Pfizer, que continuam a acumular dados sobre a segurança e a eficácia da vacina que desenvolveram, esperam produzir 50 milhões de doses este ano e 1.300 milhões em 2021. A Comissão Europeia saudou as “grandes notícias” sobre a eficácia de 90% de uma potencial da vacina para a covid-19 das farmacêuticas Pfizer e BioNTech, anunciando que adquiriu 300 milhões de doses para os 27 Estados-Membros.

Até ao momento, a Comissão Europeia já assinou contratos com três farmacêuticas para assegurar vacinas para a Europa quando estas se revelarem eficazes e seguras: a AstraZeneca (300 milhões de doses), a Sanofi-GSK (300 milhões) e a Johnson & Johnson (200 milhões).

Vários especialistas antecipam que demorará meses até poderem ser administradas as primeiras doses da vacina. Possivelmente, só mesmo na primavera do próximo ano, preveem alguns dos especialistas.

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