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Ministro da Saúde francês admite bloquear exportação de vacinas para fora da UE, seguindo exemplo italiano

Olivier Véran reconheceu o golpe de Roma, que invocou os poderes da União Europeia para bloquear a exportação de 250 mil doses da vacina da AstraZeneca para a Austrália. “Entendo o que Itália fez. Poderíamos fazer a mesma coisa”, disse em entrevista à “BFM”.
  • Gonzalo Fuentes/Reuters
5 Março 2021, 12h10

França admitiu que pode seguir o exemplo de Itália e bloquear o envio de vacinas contra a Covid-19 para fora de território europeu, revelou o ministro da saúde à “BFM”, afiliada da “CNN”. Após o golpe italiano as preocupações com o nacionalismo tem aumentado.

O ministro Olivier Véran reconheceu o golpe de Roma, que invocou os poderes da União Europeia para bloquear a exportação de 250 mil doses da vacina da AstraZeneca para a Austrália. “Entendo o que Itália fez. Poderíamos fazer a mesma coisa”, disse em entrevista à “BFM”.

“Estamos a discutir a situação com os italianos, bem como com todos os parceiros europeus, para termos uma abordagem europeia sobre o assunto”, disse Véran. Esta foi a primeira que um carregamento de vacinas é bloqueado na União Europeia. “Desde o primeiro dia que França acredita numa abordagem europeia partilhada”, acrescentou o governante.

A União Europeia e a AstraZeneca mostraram desacordo público relativamente ao atraso da entrega das vacinas, depois da farmacêutica dizer ao bloco que iria entregar menos doses da vacina do que as contratadas. A Comissão Europeia não concordou com a resposta da farmacêutica, uma vez que esta tem distribuído vacinas para o Reino Unido e esqueceu as entregas na União Europeia.

Depois da postura da AstraZeneca, a Comissão Europeia adotou a medida que confere aos estados-membros o poder de bloquear a exportação de vacinas para fora do bloco, como aconteceu com as 250 mil doses restringidas por Itália, que tinham como destino a Austrália. Itália justificou o bloqueio citando os atrasos consecutivos da AstraZeneca no fornecimento de vacinas ao país e ao bloco dos 27, apontando ainda que a Austrália não está a ser considerada como uma nação “vulnerável” perante a Covid-19.

Os comentários proferidos por Olivier Véran chegaram depois do primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciar a aceleração do programa da vacinação contra a Covid-19 com o aumento das entregas. “A entrega de doses para França aumentará nas próximas semanas”, disse Castex.

“Também poderemos usar a vacina AstraZeneca de forma mais ampla, uma vez que as autoridades de saúde indicaram que pessoas com mais de 65 anos são elegíveis para esta vacina”, acrescentou Castex, observando que o governo pretende vacinar mais de 20 milhões de pessoas até a metade de maio.

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