Luís Montenegro apresentou a sua esperada candidatura a presidente do PSD, com o objetivo de agregar todas as tendências à direita do PS, para ser primeiro-ministro. E promete sintonia com o grupo parlamentar, no qual não tem assento, assim como a “normalidade” da vida do partido, com Rui Rio como presidente. “Não há nenhuma querela”, garantiu.
Em conferência de imprensa, realizada na sede do PSD, em Lisboa, Luís Montenegro apresentou-se como “candidato a presidente do PSD, para ser primeiro-ministro de Portugal”.
“É chegada a hora de abrir um novo ciclo político, de renovação e abertura, de ambição e de esperança”, afirmou, defendendo que o partido “tem de voltar a ser a casa-mãe das tendências não socialistas”.
“Esse espaço é por natureza do PSD. O PSD é o incumbente do espaço não socialista e tem de voltar a ser a casa-mãe de todas as tendências não socialistas”, disse, acrescentando que “a dispersão dos votos no centro-direita mostra que há lugar para novos discursos e narrativas”.
O PSD tem eleições diretas agendadas para 28 de maio, para escolher o sucessor do atual presidente do partido, Rui Rio. Caso haja mais do que dois candidatos e nenhum obtenha 50% dos votos, a segunda volta decorrerá a 4 de junho. O 40º congresso do PSD realizar-se-á entre 1 e 3 de julho, no Coliseu do Porto.
Além de Montenegro, ex-líder parlamentar, que foi candidato derrotado à liderança do PSD em 2021, também Jorge Moreira da Silva, antigo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia no Governo de Pedro Passos Coelho, deverá decidir ser candidato, o que anunciará a 14 de abril.
As eleições internas do PSD foram convocadas depois de Rui Rio abrir caminho à sua substituição na liderança dos sociais-democratas, a seguir às eleições de legislativas de 31 de janeiro, que o PS venceu com maioria absoluta.
“Não estou a ver como posso ser útil com mais quatro anos em cima”, disse Rio, na noite das eleições.
Já Luís Montenegro garantiu que não o assustam “maiorias absolutas ou mandatos longos”.
Num discurso com menos de meia hora de duração, Montenegro criticou o Governo e o PS e falou mais para fora do que para dentro do partido. “Portugal precisa da nossa ação, reclama uma oposição determinada e uma alternativa corajosa”, afirmou. “O país vive há demasiado tempo amarrado ao socialismo e o socialismo em Portugal esteve sempre amarrado ao amiguismo, ao facilitismo, ao imobilismo, à burocracia, à subsidiodependência, à vertigem estatizante”, acusou.
Sintonia prometida
Questionado sobre o facto de, se for eleito líder do PSD, não ter assento parlamentar, mas também como lidará com um presidente do grupo parlamentar proposto pelo atual presidente e eleito ainda na atual sessão legislativa, tal como os representantes nas comissões parlamentares e os nomes indicados para o Conselho de Estado, Montenegro recusou qualquer conflito.
“O PSD está a funcionar em total normalidade”, afirmou.
“Não há nenhuma querela”, enfatizou.
Disse, ainda, não duvidar de que, se for eleito, terá um “um trabalho muito profícuo com os deputados e com a direção do grupo parlamentar”.
“Assistiremos a um período de coordenação total entre direção política do partido e o seu grupo avançado de combate na Assembleia da República”, garantiu.
Na apresentação da candidatura, Luís Montenegro contou com a presença de Conceição Monteiro, a militante número dois do PSD, a seguir a Francisco Pinto Balsemão, e de Assunção Esteves, antiga presidente da Assembleia da República.
Presentes estiveram, também, o atual e o anterior diretor de campanha (em 2020), Carlos Coelho e Pedro Alves, assim como o coordenador da moção de estratégia global que Montenegro levará ao congresso, tal como Pedro Duarte, que coordenou a anterior proposta estratégica.
O candidato contou, ainda, com o apoio da antiga líder da JSD Margarida Balseiro Lopes, o antigo líder parlamentar Hugo Soares, António Leitão Amaro e Pedro Reis, entre outros que fizeram questão em estar presentes.
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