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OE 2020: estes são os principais riscos macroeconómicos para Portugal

Os riscos para a atividade económica são predominantemente relacionados com o contexto externo, de acordo a proposta de Orçamento do Estado entregue hoje na Assembleia da República.
17 Dezembro 2019, 00h21

A recuperação do investimento ao longo dos últimos anos, a estabilização do setor financeiro, o reequilíbrio das contas externas e os progressos alcançados na consolidação estrutural das contas públicas são pilares fundamentais para a atual dinâmica da economia portuguesa e constituem bases sólidas para a sua evolução futura.

No entanto, dado o conjunto de pressupostos em que se baseia o cenário macroeconómico, com o intuito de verificar a respetiva sensibilidade, analisou-se o impacto de alguns riscos externos e internos nos principais agregados macroeconómicos: variação do crescimento da procura externa, variação do preço do petróleo, variação da taxa de juro de curto prazo e variação do crescimento da procura interna.

Variação do crescimento da procura externa
Nesta simulação, estima-se que uma redução do crescimento da procura externa em 2 p.p., face ao implícito no cenário base, teria um impacto negativo no crescimento real do PIB, que cresceria menos 0,3 p.p. relativamente ao cenário base. Este impacto seria resultado de um menor crescimento das exportações, levando a um efeito igualmente negativo no saldo da balança de bens e serviços, reduzindo a capacidade de financiamento da economia face o exterior.

Variação do preço do petróleo
Num cenário em que o preço do petróleo se encontre 20% acima do assumido no cenário base, o impacto deste choque no crescimento real do PIB seria negativo, explicado maioritariamente pelo efeito da diminuição do crescimento do consumo, que seria parcialmente compensado por uma diminuição do crescimento das importações. A capacidade de financiamento da economia face ao exterior deteriorar-se-ia por via de um agravamento da balança energética. O impacto na taxa de desemprego seria reduzido em 2020, uma vez que o efeito no emprego não seria imediato.

Variação da taxa de juro de curto prazo
Um aumento da taxa de juro de curto prazo em 2 p.p. teria, de acordo com a simulação efetuada, um impacto negativo no crescimento real da economia por via de um menor crescimento do consumo privado (em resultado de um aumento dos custos de financiamento), parcialmente compensado por uma redução do crescimento das importações.

Variação do crescimento da procura interna
Neste cenário, uma redução no crescimento da procura interna em 0,4 p.p. face ao cenário base teria um impacto de -0,3 p.p. no crescimento real do PIB, essencialmente por via de um abrandamento do crescimento do consumo privado. A somar a isto, seria esperada uma recuperação do saldo da balança comercial, e da capacidade de financiamento da economia.

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