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OMS alerta que é “prematuro” e “irreal” pensar que a pandemia acaba até ao final do ano

Responsáveis da Organização Mundial de Saúde apelam para que a prioridade sobre os profissionais de saúde no processo de vacinação seja cumprida e que as medidas de contenção continuem em vigor.
2 Março 2021, 17h45

O diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, disse que, apesar da propagação da covid-19 estar a desacelerar em alguns países, devido aos confinamentos e aos programas de vacinação, é “prematuro” e “irreal” pensar que a pandemia acabará até o final do ano.

Numa conferência de imprensa em Genebra, esta terça-feira, citada pelo “The Guardian” o responsável acrescentou ainda que vacinar as pessoas mais vulneráveis, incluindo profissionais de saúde, ajudaria a dissolver a “tragédia e o medo” da situação e ajudaria a aliviar a pressão sobre os hospitais.

“Se as vacinas começarem a ter impacto não apenas na morte e não apenas na hospitalização, mas se tiverem um impacto significativo na dinâmica de transmissão e no risco de transmissão, então acredito que iremos acelerar o controlo desta pandemia”, disse Michael Ryan, referindo ainda que o número de novas infeções globais aumentou na semana passada pela primeira vez em quase dois meses.

“Isto é dececionante, mas não é surpreendente”, disse o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Estamos a trabalhar para entender melhor estes aumentos na transmissão. Parte disso parece ser devido ao aliviar das medidas de saúde pública, à circulação contínua das variantes e ao facto de as pessoas baixarem a guarda”, referiu.

O responsável argumentou ainda que, embora as vacinas ajudem a salvar vidas, “se os países dependem apenas das vacinas, estão a cometer um erro”. “As medidas básicas de saúde pública continuam a ser a base da resposta”, frisou.

Durante a mesma conferência, Tedros voltou a falar sobre o acesso desigual às vacinas contra a Covid-19, embora o programa de distribuição dos fármacos pelos países com rendimentos mais baixos, Covax, já esteja a decorrer. Na Costa do Marfim, Gana e Angola os processo de vacinação começou esta segunda-feira.

“É lamentável que isto esteja acontecer três meses depois dos países mais ricos terem começado as suas campanhas de vacinação”, lamentou.

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