A Organização Mundial de Saúde (OMS) descartou, esta quarta-feira, as criticas de Donald Trump sobre um alegado favorecimento pela China depois do presidente norte-americano ter ameaçado suspender as contribuições financeiras dos EUA ao orgão mundial de saúde.
De acordo com a notícia avançada pela Reuters, Bruce Aylward, consultor sénior do Diretor-Geral da OMS, aproveitou o momento para também defender a relação entre a China e a ONU, explicando que estas cooperações mais próximas são essenciais para entender a natureza da origem do surto que começou em Wuhan, Hubei em dezembro.
“Foi absolutamente crítico no início deste surto ter acesso total a tudo o que era possível, chegar ao terreno e trabalhar com os chineses para entender isso”, referiu à imprensa. “Foi o que fizemos com todos os outros países afetados, como a Espanha, e não teve nada a ver com a China especificamente”, sublinhou.
Aylward, que liderou uma missão especializada da OMS na China em fevereiro, defendeu as recomendações da OMS para manter as fronteiras abertas, dizendo que a China havia trabalhado “muito” para identificar e detectar casos iniciais e os seus contatos e que fez um esforço para garantir que as pessoas não viajassem.
“A China trabalhou muito duro desde o início. Assim que entendeu com o que estava lidar, trabalhou para tentar identificar e detectar todos os casos potenciais, garantiu que fossem testados, rastreou todos os contatos próximos e garantiu que esses estavam em quarentena, e trabalhou também para que realmente soubessem onde estava o vírus e onde estava o risco ”, defendeu.
“[As autoridades] deixaram muito claro que essas pessoas não iriam nem poderiam viajar dentro do país, muito menos internacionalmente”, acrescentou.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, tem vindo a elogiar os esforços da China desde o início da pandemia, dando destaque à “rara liderança” do presidente Xi Jinping.
Caso a administração Trump dê ‘luz verde’ à suspensão do financiamento, a OMS passará a operar com menos 400 milhões de dólares, o valor da contribuição dos EUA em 2019, de acordo com as estimativas do departamento financeiro do estado norte-americano. A China terá doado no mesmo ano, cerca de 44 milhões de dólares.
“Ainda estamos na fase aguda da pandemia, agora não é hora de reduzir o financiamento”, alertou Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, durante um briefing virtual, esta manhã.
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