Porto: Dirigentes do PSD contra Rui Moreira a cabeça de lista para as europeias

Um grupo de dirigentes sociais-democratas da região do Porto demarcou-se esta segunda-feira da escolha de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, como cabeça de lista do PSD para as eleições europeias, que se realizam no próximo mês de junho.

“Consideramos ser uma traição aos portuenses, aos militantes, simpatizantes e autarcas eleitos pelo PSD, que não temos dúvidas deixará marcas profundas na confiança que os portuenses têm no PSD. O Porto nunca perdoou a quem o abandona. Na história da cidade, a liderança do atual Edil, ficará apenas uma linha e um ponto final, sem conteúdo”, argumentam os críticos.

Num documento assinado por dirigentes do PSD, autarcas, militantes, candidatos a vereadores ou às juntas de freguesia ou o líder do grupo municipal do PSD na Assembleia Municipal do Porto, os signatários demonstram não compreender a aproximação de Rui Moreira à Aliança Democrática (AD), uma vez que “sempre manteve” uma proximidade a António Costa.

Os militantes e dirigentes escrevem ainda que, nas últimas eleições autárquicas de 2021, o PSD apresentou uma candidatura “renovada” e com um projeto “ambicioso” para a cidade Invicta, o que levou ao crescimento eleitoral do partido e, consequentemente, à perda de maioria do independente. Por fim, fizeram um acordo com propostas a incluir no orçamento municipal.

“No entanto, o facto de Rui Moreira ter visto decrescer a sua popularidade ao longo dos seus mandatos não será alheio a esta estratégia de em todos os momentos se ter tentado dar com deus e com o diabo, sem esconder fortes ataques ao sistema partidário nacional, de acordo com os interesses do seu projeto político. Sistema esse que, agora, tem uma vontade enorme de integrar”, apontam.

No domingo, o advogado e comentador político Luís Marques Mendes avançou que o nome escolhido pela AD para as às europeias será Rui Moreira, confirmando os rumores que foram surgindo durante a semana.

No dia antes, o primeiro do 31º congresso do CDS-PP, Nuno Melo disse que o partido “resistiu sempre”, nomeadamente em seis presidências de câmaras municipais, “conquistadas em listas próprias, não dependendo de ninguém”, mas também noutras nas quais partilha o executivo com sociais-democratas, onde deu como exemplo o caso do Porto com “o independente Rui Moreira”.