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Presidência UE: Vacinação anticovid deve basear-se “no risco e não na nacionalidade”

“A covid-19 não discrimina ninguém e, portanto, o plano de vacinação também não deverá discriminar ninguém, especialmente com base na nacionalidade”, repete Vasco Malta, chefe da Missão da Organização Internacional para as Migrações em Portugal.
26 Janeiro 2021, 08h28

Os programas de vacinação dos países da União Europeia devem basear-se “no risco e não na nacionalidade”, tema que “deve ser debatido” entre líderes europeus, advoga o chefe da Missão da Organização Internacional para as Migrações em Portugal.

Em entrevista à Lusa, a propósito da videoconferência informal dos ministros da Justiça e Assuntos Internos, integrada na presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) e agendada para quinta e sexta-feira, Vasco Malta frisou que “a OIM não advoga prioridades especiais para pessoas migrantes”, mas defende que os migrantes que são profissionais de saúde e trabalhadores e utentes de lares – critérios de prioridade de vacinação contra a covid-19 em Portugal – sejam vacinados em igualdade.

“A covid-19 não discrimina ninguém e, portanto, o plano de vacinação também não deverá discriminar ninguém, especialmente com base na nacionalidade”, repete.

Questionado sobre se há países da UE que estão a adotar planos de vacinação discriminatórios de pessoas migrantes, Vasco Malta respondeu: “Sabemos que sim.”

Sem concretizar, acrescentou apenas que, por isso, este “é um assunto que deve ser debatido” entre os líderes europeus.

“Em Portugal não está a acontecer”, frisou.

Portugal assumiu a presidência do Conselho da UE em 01 de janeiro, que durará todo o primeiro semestre de 2021.

Vasco Malta considera ainda que é preciso “fazer justiça” aos migrantes e reconhecer que, na União Europeia, “foram muitas vezes os migrantes, e em Portugal também, que estiveram na linha da frente do combate à pandemia”, como médicos, assistentes operacionais e enfermeiros, como trabalhadores em lares, como agentes de produção e fornecimento de alimentos, não interrompidos durante os confinamentos.

Já no dia 15 deste mês, quando dirigiu as suas recomendações à presidência portuguesa da UE, a OIM tinha sublinhando que os migrantes têm de ser incluídos nas estratégias de recuperação da crise pandémica.

“Isto significa, por exemplo, incluir os migrantes nas campanhas de vacinação europeias e nacionais contra a covid-19, para assegurar a saúde e a segurança de todos”, declarou o diretor-geral da OIM, o português António Vitorino.

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