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Primeiro “criptobanco” em Portugal pede mais regulação do mercado

António Henrique, CEO do Bison Bank, pediu mais regulação para o mercado de criptoativos no dia em que o banco apresentou publicamente a Bison Digital Assets, o primeiro “criptobanco” em Portugal que vai operar no negócio de exchange e custódia de Bitcoin e Ethereum.
4 Janeiro 2023, 18h15

António Henrique, CEO do Bison Bank, considera que deve haver mais regulação no mercado de criptoativos. Uma posição assumida no dia em que a entidade que lidera apresentou a Bison Digital Assets, o primeiro “criptobanco” em Portugal que vai operar no negócio de exchange e custódia de Bitcoin e Ethereum.

“O mercado já tem regulação, mas acreditamos que é necessário que haja ainda mais regulação, principalmente para se chegar ao investidor”, afirmou o responsável aos jornalistas à margem da apresentação pública da Bison Digital Assets, a nova subsidiária do Bison Bank focado nos criptoativos.

O cliente, referiu António Henriques, “tem de se sentir protegido tal como hoje já se sente em algumas componentes do mercado financeiro”.

“Mesmo sem regulação, já estamos a antecipar um governo muito semelhante ao que temos no banco. Se antecipamos é porque consideramos que é absolutamente essencial e não faz sentido ser de outra forma”, afirmou o presidente executivo do Bison Bank, notando que este “mercado é muito grande” e que “existem riscos objetivos”. E “existindo o risco e uma população com pouca literacia, temos de atuar, formar e regular”.

Ainda esta quarta-feira, Fabio Panetta, responsável do Banco Central Europeu, afirmou que o mercado de criptomoedas deve ser “tratado como o jogo” e que “consumidores vulneráveis devem ser protegidos por princípios semelhantes aos recomendados pela Comissão Europeia para as apostas online“.

Foi em abril que o Bison Bank obteve autorização do Banco de Portugal para lançar a Bison Digital Assets, uma sociedade que foi criada posteriormente e agora lançada. Para ter acesso a esta plataforma, os clientes terão de abrir uma conta nesta subsidiária e uma conta no Bison Bank. Depois de a conta estar aberta será possível comprar e vender Bitcoin e Ethereum usando o dinheiro depositado na conta bancária. Também o produto da venda irá para a conta à ordem no banco, explicou o gestor.

Plano prevê breakeven em 2024

Quando questionado sobre o plano de negócios da nova filial, o responsável ainda não consegue dar metas concretas para o volume de negócio. “Estando a começar agora em Portugal, não temos total certeza de qual é o número de clientes e o volume total de riqueza em criptoativos” no país.

António Henriques adiantou, no entanto, que “o nosso plano de negócio aponta para o breakeven em 2024”, uma meta definida “de forma muito prudente” Isto “quer dizer que se tudo correr como esperamos podemos vir a antecipar” esta meta.

O objetivo, detalha o CEO do Bison Bank, é manter o mesmo target de cliente do banco, ou seja, clientes internacionais com rendimentos líquidos elevados – ainda que “os portugueses sejam muito bem-vindos” – e que já tenham alguma riqueza em critptoativos.

Sobre o desempenho mercado de ativos digitais, António Henriques mostra otimismo, apesar das quedas registadas no último ano. A Bitcoin, por exemplo, perdeu mais de 60% do seu valor. “Vejo com grande naturalidade tudo o que aconteceu no último ano. Vejo numa perspetiva altamente positiva”, referiu. “Todos nos recordamos da bolha das dotcom. E se nessa altura achávamos que tinha acabado o mundo, hoje nem sabemos o que é viver sem dotcom”, rematou o presidente executivo.

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