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“Problemas não se resolvem “com mais liberalismo” nem com “populismo”, defendeu Pedro Nuno Santos

“Liberdade a sério é a liberdade igual para todos e não apenas para quem mais tem”, disse Pedro Nuno Santos na sessão comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril.
  • Pedro Nuno Santos, Ministério das Infraestruturas e Habitação. Foto: Oficial Governo
25 Abril 2024, 14h10

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, fez uma defesa da revolução de 25 de Abril de 1974 como responsável da construção de “uma democracia plena”, a nível económico, social e político, “onde os problemas de uns passaram a ser os problemas de todos”.

Reconhecendo que a “concretização dos sonhos de Abril é um trabalho imperfeito e inacabado”, Pedro Nuno Santos criticou “políticas fiscais injustas, que desoneram quem mais tem e menos precisa”, e mencionou o “desafio enorme” do acolhimento dos imigrantes e de consolidar os direitos e liberdades de mulheres e de minorias sexuais. “

Num discurso muito dirigido à extrema-direita, Pedro Nuno Santos disse que “os portugueses conquistaram o direito a amar quem querem e como se sentem” e que “Abril não proíbe nenhuma família, é liberdade e alegria.”

O secretário-geral do PS disse também que “as mulheres libertaram-se e emanciparam-se” com o 25 de Abril e avisou os saudosistas. “A partilha do poder e o fim da hegemonia do homem gera receio. Mas já não há recuo possível, as mulheres já conquistaram o direito a perseguir os seus sonhos”, disse.

Os problemas não se resolvem, frisou, “com mais liberalismo e um Estado ao serviço da minoria”. “Um liberalismo que se alimenta de um individualismo egoísta e só garante liberdade a uma minoria – ao mesmo tempo que desprotege a grande maioria. Liberdade a sério é a liberdade igual para todos e não apenas para quem mais tem”, disse.

Depois, virou-se para quem quer resolver problemas “com políticas fiscais injustas, que desoneraram quem mais tem e menos precisa e que reduz a capacidade do Estado para dar resposta às necessidades sociais, para dar mais liberdade à maioria do povo”, disse.

Nesta parte, a seguir, falou do populismo “com uma política que explora os nossos sentimentos mais negativos, uma política dura com os fracos porque lhe falta a coragem para ser dura com os fortes, e que se alimenta da angústia e da incerteza vivida pelo povo, tantas vezes fruto das rápidas mudanças sociais e culturais”.

Para Pedro Nuno Santos, com o 25 de Abril “os portugueses agarraram-se a uma ideia de país”, ainda que não esteja acabar. “As portas que Abril abriu transformaram um Estado repressivo num Estado de direito democrático e social. É verdade que a concretização dos sonhos de abril é um trabalho imperfeito e ainda inacabado. Mas os portugueses venceram!”, disse o líder socialista, que começou o discurso com uma referência aos militares de Abril, que levantou grande parte do Parlamento numa ovação de pé com os deputados socialistas virados para a galeria onde estão os representantes dos antigos capitães.

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