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Grandes incêndios de 2017 afetaram a qualidade da água do Mondego

Os investigadores, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, registaram um aumento considerável de alumínio, ferro e manganês o que impactou qualidade da água.
25 Setembro 2018, 13h10

Os grandes incêndios florestais ocorridos em Portugal no ano passado levaram a um aumento de alumínio, ferro e manganês na água, o que prejudicou a qualidade da água na bacia hidrográfica do Mondego, conclui um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), divulgado esta terça-feira, 25 de setembro.

Apesar dos dados, os coordenadores concluíram que estes elementos químicos não põe em causa a saúde pública.

Entre novembro de 2017 e junho deste ano, os investigadores monitorizaram cerca de ”10 pontos de amostragem de sete linhas de água da bacia hidrográfica do rio Mondego que foi afetada em cerca de 30% de área ardida”, para ”detetar e avaliar quais as alterações nas propriedades da água, assim como o tipo de sedimentos formados após os incêndios.”

As alterações nas propriedades da água foram avaliadas, assim como o tipo de sedimentos formados após os incêndios e verificou-se que ”as águas do Mondego e alguns dos seus efluentes têm uma grande quantidade de sedimentos em suspensão (por exemplo, cinzas) e turbidez relativamente elevada”, explica Alexandre Tavares, coordenador do estudo.

Registou-se ”um aumento considerável de alumínio, ferro e manganês, associados à fração argilosa dos solos após períodos de chuva, o que aponta para a mobilização e erosão dos solos e introdução desses elementos nas linhas de água” acrescentou.

No entanto, assegura que estes valores são ”muito residuais” e por isso não põe ”em risco a saúde pública”.

Num ano marcado por mais de uma centena de mortes resultantes dos incêndios, 2017 foi “o mais trágico desde que há registos, muito mais do que os anos de 2003 e 2005, em que a área ardida foi substancialmente superior”, revelou o relatório da comissão técnica que analisou os fogos de junho do ano passado na região Centro.

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