[weglot_switcher]

Quase metade das empresas em Portugal diz que opera na capacidade máxima

Um relatório do Banco Europeu de Investimento concluiu que as empresas do setor manufatureiro são as que mais funcionam na sua capacidade máxima. Portugal está abaixo da média europeia (54%) nesta taxa.
22 Janeiro 2019, 07h40

Quase metade (49%) das empresas em Portugal disse que operou na sua capacidade máxima ou acima da mesma no último ano fiscal, de acordo com o relatório “EIB Investment Survey 2018”, elaborado pelo Banco Europeu de Investimento (BEI). A percentagem é 10 pontos percentuais abaixo da de 2017 e coloca Portugal abaixo da média europeia (54%).

A análise do BEI revelou ainda que as empresas do setor industrial são as que menos funcionam na sua capacidade máxima (38%) – ou seja, nos seus limites de utilização de máquinas e equipamentos, às horas extras, aos turnos de trabalho, etc.

As conclusões deste inquérito estiveram em debate na conferência “Investimento, Inovação e Digitalização: O caso português”, onde os participantes discutiram o nível de investimento em Portugal, que ainda não regressou aos patamares do período pré-crise financeira.

“Enquanto não voltarmos a ter o espírito de pegar nas caravelas, como nos Descobrimentos, e passar isso para a nossa cultura e sociedade vai ser muito difícil. Os empregos criados nos Estados Unidos são criados nas novas empresas, nos últimos 10-15 anos. Este ecossistema ainda não existe na Europa”, disse Miguel Pina Martins, CEO da Science4You. O empresário alertou também que o empreendedorismo em Portugal está “melhor” do que na década passada, mas “é preciso mais”, nomeadamente apetite para o risco.

Já a vice-presidente do BEI, também presente no encontro no Museu do Dinheiro, afirmou que o banco europeu continua disponível para apoiar as empresas nacionais – uma ajuda que a instituição faculta desde 1976. Emma Navarro disse que “competitividade foi reconquistada” depois da crise financeira mundial, mas referiu que permanecem “incertezas relacionadas com fatores globais”.

À margem do evento organizado em conjunto com o Banco de Portugal, a representante do BEI lembrou que as organizações enfrentam vários desafios, nomeadamente o de adoção de modelos de negócio disruptivos, que, na sua opinião, são motores-chave para “catalisar a produção”.

“As empresas continuam otimistas (…). O crescimento no investimento é suportado pela recuperação económica, e Portugal não é exceção”, afirmou esta segunda-feira a vice-presidente do BEI, recordando que Portugal foi um dos países que mais beneficiaram do Plano de Investimento para a Europa, o comummente designado ‘Plano Juncker’. Segundo os números apresentados pela diretora Birthe Bruhn-Léon, o BEI já disponibilizou financiamento para 500 projetos em Portugal, que totalizam 50 mil milhões de euros.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.