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Reino Unido vai iniciar deportação de migrantes para o Ruanda

Várias organizações de defesa de refugiados e advogados perspetivam que o Reino Unido vá viver tempos de confrontos, com protestos comunitários e manifestações com intervenção policial.
  • Reino Unido
28 Abril 2024, 20h59

O Reino Unido prepara-se para iniciar, esta segunda-feira, uma operação que pretende deter e deportar requerentes de asilo para o Ruanda. A notícia é avançada pelo “The Guardian”.

O plano de Rishi Sunak foi assinado pelo rei Carlos III na passada quinta-feira. A assinatura de Sua Majestade vai permitir a organização de voos de repatriamento, no entanto, a deportação fica pendente de recursos judiciais.

Conta o britânico “The Guardian” que as autoridades querem deter os refugiados que compareçam em reuniões de rotina nos serviços de imigração, ou para garantias de fiança. Quando detidos, serão transferidos para centros de detenção onde irão permanecer até serem colocados em aviões com destino ao Ruanda.

Ora, várias organizações de defesa de refugiados e advogados perspetivam que o Reino Unido vá viver tempos de confrontos. Além das longas batalhas jurídicas de repatriamento, as organizações preveem protestos comunitários e fortes confrontos com a polícia. “O Governo está determinado a prosseguir, de forma imprudente, o seu plano desumano em relação ao Ruanda, apesar do caos e da miséria humana que irá originar”, apontou Enver Solomon, chefe executivo do Conselho de Refugiados, à publicação.

O primeiro-ministro Rishi Sunak estima que o primeiro voo de deportação aconteça nas próximas dez a doze semanas. O Ministério da Administração Interna do Reino Unido considera que esta lei será essencial para “combater a migração ilegal”, cujo objetivo é parar os barcos que circulam no Canal da Mancha.

O Supremo Tribunal britânico já derrubou, anteriormente, o plano de realização destas deportações, mas o plano passou no parlamento. As associações ativistas já admitiram recorrer aos tribunais para bloquear a decisão do Governo. Apesar de plano entrar em ação na segunda-feira, os jornais britânicos dão conta da probabilidade do caso chegar novamente ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, onde foi impedido in extremis em junho de 2022.

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