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Reuters: “Enfermeiros portugueses querem salários, não aplausos”

“Eles [os políticos] dizem que nós somos os melhores do mundo mas não temos aumentos salariais”, disse a enfermeira, à reportagem da agência, referindo-se às declarações de apoio e iniciativas como os “aplausos à varanda” que foram organizados em diferentes momentos da pandemia.
24 Fevereiro 2021, 13h12

Os correspondentes da agência “Reuters” relatam o cansaço e frustração dos enfermeiros portugueses que estão na linha da frente no combate à pandemia da Covid-19. “Exaustos na luta contra a Covid-19, enfermeiros portugueses querem salário, não aplausos” é o título da peça que publicada esta quarta-feira.

“Os políticos, as celebridades e as pessoas em Portugal passaram grande parte do seu tempo a elogiar os trabalhadores essenciais, tendo surgido, por vezes, às janelas de suas casas para aplaudir o trabalho dos profissionais de saúde”, cita a agência uma das enfermeiras que trabalha no Hospital São José, em Lisboa.

“Mas isso tem fomentado frustrações entre os profissionais de saúde que lutam para sobreviver devido aos baixos salários e à falta de oportunidades de subir na carreira”.

Segundo os cálculos da Ordem dos Enfermeiros existem hoje cerca de 45.500 enfermeiros no Sistema Nacional de Saúde (SNS) que auferem, mensalmente, cerca de 980 euros de salário. “Apenas 315 euros acima do salário mínimo”, recorda a “Reuters”, referindo que, em 2019, 1,230 enfermeiros avançaram com documentação para trabalhar no estrangeiro.

“Eles [os políticos] dizem que nós somos os melhores do mundo mas não temos aumentos salariais”, disse a enfermeira, à reportagem da “Reuters”, referindo-se às declarações de apoio e iniciativas como os “aplausos à varanda” que foram organizados em diferentes momentos da pandemia.

“Bater palmas e agradecer-nos não vai resolver nada”, disse a enfermeira, lembrando que vários colegas têm de ter dois trabalhos para conseguirem ter rendimento suficiente para alimentar as suas famílias.

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