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Sonae recusa responsabilidade no aumento da inflação alimentar

Repetindo que toda a cadeia de valor assumiu a responsabilidade por incorporar parte da inflação, o grupo aponta para a margem de lucro (2,7%), para provar que está do lado da solução.
16 Março 2023, 12h44

“Não é a distribuição que está a criar inflação”, disse João Dolores, CFO do grupo Sonae. Gás natural, eletricidade, fertilizantes, cereais e sementes – tudo itens com crescimentos de preços superiores a 21% – são os causadores da inflação em primeira linha, que acaba por redundar “no aumento dos preços em toda a cadeia de produção”.

Por definição, parte deste aumento vai sendo diluído na cadeia de valor e, diz a Sonae, o grupo faz a sua parte, incorporando uma parte da inflação. Para João Dolores, fica provado que não é à Sonae – nem ao segmento da grande distribuição em geral – que se pode imputar o aumento da inflação – nem tão pouco o aumento (muito maior, tendo chegado aos 21%) daquilo que são ‘os preços nos hipermercados’.

A evidenciação deste fato, disse o CFO do grupo na apresentação dos resultados de 2022, está no facto de que os 2,7% da margem de lucro da MC (Modelo Continente) representar um decréscimo face a 2021. E recordou que o lucro não é o mesmo que a margem bruta, a partir da qual é paga toda a operação.

Numa intervenção concentrada na evidenciação das suas preocupações com as famílias, Cláudia Azevedo, CEO do grupo Sonae, também aproveitou a conferência de imprensa de apresentação dos resultados para reafirmar que, “Durante o ano, a inflação aumentou para níveis que o mundo não havia presenciado neste século, sobretudo devido aos aumentos acentuados nos custos de energia e às perturbações nas cadeias de abastecimento que afetaram toda a economia”. Na Sonae, percebemos os impactos nas nossas comunidades e agimos em conformidade para os mitigar. Para evitar uma maior sobrecarga nos orçamentos familiares, os nossos negócios de retalho suportaram parte da pressão inflacionista, à custa da sua própria rentabilidade”.

“Continuámos a melhorar as nossas propostas de valor para os consumidores”, referiu Cláudia Azevedo, para isolar a importância do investimento processado pelo grupo em 2022 em Portugal, “mais de mil milhões de euros”. Não menos importante, disse, foi a manutenção de cerca de 40 mil empregos – a que vieram juntar-se em 2022 mais 1.200. E destacou o esforço feito pela Sonae em termos de auxílio aos fornecedores nacionais.

Igualmente importante, referiu ainda a CEO do grupo, é o impacto que o grupo tem em termos de preocupações com o ambiente e com o planeta.

A CEO do grupo disse ainda que “tentar fixar preços não faz qualquer sentido. O resultado final de uma política dessas são as prateleiras vazias”, afirmou.

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