Suíços investem oito milhões em central de biometano em Vila do Conde

Foi no ano de 1976 que José Moreira Azevedo Teixeira entrou no negócio do leite. Com apenas 10 vacas, enchia uma bilha de leite por dia. O negócio foi crescendo e passados mais de 20 anos, os seus filhos (José Luís e Jorge) juntaram-se ao pai na gestão, nascendo assim a Exploração Agrícola Teixeira do Batel, em Gilhabreu, concelho de Vila do Conde, distrito do Porto.

No ano de 2002, a empresa realizou um investimento para a instalação de uma sala de ordenha com 40 pontos; mais recentemente, foi realizado um investimento para a construção de uma nave com oito robots de ordenha.  A exploração conta com 2.700 animais, incluindo mais de mil vacas a produzir leite, num total de mais de 1,1 milhões de litros por mês.

E vão ser precisamente os resíduos produzidos por estes animais que vão dar origem a um investimento de oito milhões de euros. Os suíços da Axpo vão construir e operar uma central de biometano em Portugal, precisamente nesta localização.

A produção deste gás renovável será depois comprada pela comercializadora Goldenergy para injetar na rede nacional de gás natural.

Por ano, a empresa espera produzir 15 GWh de gás neutro em carbono.

“Com esta central iniciamos a nossa estreia no mercado do Biometano em Portugal e reforçamos a nossa posição de liderança no setor renovável com um novo contributo da Axpo para a sustentabilidade ambiental. Com transformação em Biometano, conseguimos a transformação completa destes resíduos em forma de energia, que também pode ser consumida diretamente na própria exploração ou injetada na rede de gás”, disse em comunicado Ignacio Soneira, CEO da Axpo.

Já Miguel Checa, CEO da Goldenergy disse que a sua empresa “tem todo o interesse em comprar à AXPO, o biometano produzido pela central de produção, para assim poder começar a injetar gases renováveis, neste caso biometano, no fornecimento de gás aos nossos clientes. Este projeto constitui também mais um forte contributo da Goldenergy para o desenvolvimento da economia circular”.

 Por sua vez, José Luís Teixeira, administrador da Teixeira Batel afirmou que “este investimento é muito positivo para a Exploração, pois vem reduzir o impacto ambiental da mesma, transformando o que habitualmente seriam apenas fertilizantes naturais em energia, que pode ser consumida diariamente nas casas dos portugueses”.