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União Europeia estuda encerramento das fronteiras para travar propagação das variantes do vírus

De acordo com o “El País”, que se baseia em fontes diplomáticas, vários governos acreditam que encerrar fronteiras pode ser fundamental para travar o alastramento de novas variantes do vírus, nomeadamente a estirpe que chega do Reino Unido.
  • Nikolay Doychinov/Reuters
21 Janeiro 2021, 10h25

A propagação das várias variantes da Covid-19 ameaça, uma vez mais, a integridade das fronteiras do espaço Schengen. Face ao aumento dos novos casos, os Estados-Membros reunir-se-ão, esta quinta-feira, através de uma cimeira virtual, para avaliar o encerramento das fronteiras internas, nomeadamente aquelas com a do Reino Unido, como medida de combate à pandemia.

Na notícia avançada pelo “El País“, esta quinta-feira, a Comissão Europeia defende que um fecho quase total das fronteiras, como aconteceu em março, é desproporcional, mas há Estados-membros que acreditam que se deve limitar as deslocações transfronteiriças para controlar a propagação das novas variantes do vírus.

“Talvez tenhamos de tomar novas medidas para limitar a mobilidade dentro da União Europeia”, afirmou uma fonte diplomática citada pelo jornal espanhol.

O governo alemão argumenta que as novas variantes devem ser um dos critérios analisados pela União Europeia e que os países deveriam exigir um teste para detetar o vírus feito antes da viagem, cumprindo quarentena à chegada caso viajem de locais com alta prevalência destas variantes. Se não for possível fazer-se este controlo apertado, fecham-se as fronteiras do espaço Schengen permitindo só a circulação de trabalhadores, bens e mercadorias.

Embora o tema possa ser discutido esta tarde entre os representantes de cada estado, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já tinha alertado que o fecho generalizado das fronteiras teria um duro impacto na economia. “A mensagem é clara: o fecho puro e duro das fronteiras não tem nenhum sentido. E não é tão eficaz como medidas mais específicas”, afirmou.

Em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista ao “Observador” não descartou a hipótese, afirmando que não ficaria admirado se “a Europa voltasse a fechar e regressasse a uma situação já vista em março”.

Estas novas variantes embora sejam mais contagiosas (com potencial de maior transmissão em relação às outras), não indicam para já que são mais perigosas ou letais. Além da variante detectada em Inglaterra em dezembro, foram detectadas outras no Brasil, África do Sul e Japão. Em Portugal, a estirpe britânica já acumulou entre 20 a 30 mil casos, o que representa cerca de 13% do total de novas infeções diárias.

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