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Universidade de Oxford garante que vacina da AstraZeneca é segura

Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, que desenvolveu a vacina frisou a importância de continuar a vacinação contra o novo coronavírus, que provoca uma doença que apresenta “enorme risco” para a saúde.
Reuters/DADO RUVIC
15 Março 2021, 12h57

Perante a suspensão da vacinação por parte de vários países, a Universidade de Oxford reiterou, esta segunda-feira, que a vacina que está a ser desenvolvida em parceria com a Astrazenca é segura.

Há “evidências muito tranquilizadoras de que não há aumento no fenómeno do coágulo sanguíneo aqui no Reino Unido, onde a maioria das doses na Europa foi administrada até agora”, disse à “BBC” Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, que desenvolveu a vacina.

O especialista frisou a importância de continuar a vacinação contra o novo coronavírus, que provoca uma doença que apresenta “enorme risco” para a saúde.

Esta segunda-feira, os países Países Baixos juntaram-se à Dinamarca, Estónia, Lituânia, Letónia, Islândia, a Irlanda, a Noruega, o Luxemburgo, a Áustria e a região italiana de Piedmont que suspenderam temporariamente a administração desta vacina contra a Covid-19, depois de terem surgido casos de formação de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas na Dinamarca e se ter registo a morte de uma mulher dinamarquesa, de 60 anos. Fora da Europa, a Tailândia também se junta à lista, tendo anunciado que iria adiar o lançamento da campanha de vacinação com AstraZeneca.

Num comunicado, o Centro Lareb de Farmacovigilância disse que os casos observados nos Países Baixos incluem registos de trombose e embolia. Até agora, não há registo de nenhum caso de baixa contagem de plaquetas no país. Por precaução, a vacina não será usada até 29 de março. A decisão vai provocar atrasos na campanha de vacinação dos Países Baixos, que encomendaram 12 milhões de doses da multinacional com sede no Reino Unido.

Assim, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) analisou o lote em causa, que foi enviado para 17 países (mas não Portugal) e frisou, em comunicado, “não existir actualmente qualquer indicação que a vacinação tenha causado estas condições, que não estão listadas como efeitos secundários desta vacina”.

Na Suécia foram identificados dois casos de “eventos tromboembólicos” relacionados com a vacina da AstraZeneca e cerca de 10 com a vacina da Pfizer, mas as autoridades de saúde não conseguiram encontrar evidências suficientes para parar a vacinação das doses da farmacêutica anglo-sueca.

Também a Espanha avançou esta quinta-feira que não irá suspender a administração da vacina da AstraZeneca, indicando não ter registado qualquer casos de coagulação do sangue relacionada com o lote da AstraZeneca.

A Alemanha também vai continuar a administrar a vacina, de acordo com as directrizes da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), avançou o Ministério da Saúde do país. Um porta-voz do Ministério da Saúde alemão afirmou à “Reuters” que a situação está a ser “avaliada” de forma constante e que mais procedimentos serão discutidos com os reguladores europeus e nacionais de vacinas esta semana.

A AstraZeneca garante que todos os lotes da sua vacina são submetidos a um rigoroso controlo de qualidade e “que não foram detectados efeitos adversos graves associados com a vacina”. Garantiu ainda que está em contacto com as autoridades austríacas e a colaborar com a investigação.

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