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Ursula von der Leyen: Processo de vacinação no Reino Unido é uma “lancha” e na UE um “tanque”

Ursula von der Leyen acrescentou ainda que a Comissão “subestimou as dificuldades” que iria enfrentar durante o processo de vacinação, devendo ter avisado previamente a população dos “altos e baixos” que poderiam surgir.
Ursula von der Leyen Presidente da Comissão Europeia
Ursula von der Leyen Presidente da Comissão Europeia
5 Fevereiro 2021, 14h54

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assume que os países que trabalham sozinhos no plano de vacinação, como o Reino Unido, funcionam como “lanchas”, vacinando a população de forma rápida, enquanto que a União Europeia trabalha como um “tanque”, com o processo mais lento, revela o “The Guardian”.

“Estou consciente de que um país sozinho pode ser uma lancha, enquanto a UE é mais como um tanque”, admitiu Von der Leyen. “Antes de fechar um contrato com uma empresa farmacêutica, os 27 estados membros tiveram cinco dias inteiros para dizer se concordavam ou não”, continuou a presidente da Comissão.

Ainda assim, von der Leyen assume que o bloco dos 27 governos estão no caminho certo quando trabalham junto no programa da vacinação. A presidente admitiu ainda que cometeu alguns erros no processo de implementação das vacinas, nomeadamente não investir o suficiente para aumentar a capacidade de produção das farmacêuticas.

Ursula von der Leyen acrescentou ainda que a Comissão “subestimou as dificuldades” que iria enfrentar durante o processo de vacinação, devendo ter avisado previamente a população dos “altos e baixos” que poderiam surgir. Ainda assim, a presidente defendeu Bruxelas quando confrontada com as críticas de que a Comissão tinha demorado demasiado tempo a fechar os contratos com as farmacêuticas, uma vez que o Reino Unido encerrou contrato com a AstraZeneca três meses antes.

Com a decisão a pender em cada um dos 27 membros, von der Leyen admitiu que se verificou uma “natural demora”. “Devemos exercer pressão constante sobre nós mesmos, para que cada etapa do processo de tomada de decisão seja o mais rápida e eficiente possível”, acrescentando que está “absolutamente convencida que a abordagem europeia é a correta”. “Com estas vacinas trabalhamos mais rápido do que o normal. Não consigo imaginar o que significaria para a Europa, em termos de unidade, se um ou mais estados membros tivessem acesso às vacinas e outros não”.

Atualmente, a União Europeia já vacinou 3,22% da sua população adulta, um valor que fica aquém do objetivo de vacinação de 70% da população adulta até ao verão. Este valor compara com a vacinação de 15,5% da população adulta no Reino Unido e de 60% da população em Israel.

Segundo a presidente, a principal diferente entre os prazos da UE e do Reino Unido foi o processo de autorização por parte da Agência Europeia de Medicamentos. “O Reino Unido escolheu o caminho das autorizações de comercialização de emergência. Escolhemos outro caminho e acreditamos que é o certo”, disse Ursula von der Leyen, acrescentando que “Israel também é frequentemente visto como um modelo de sucesso. É um país altamente digitalizado – e isso é bom – mas os dados pessoais são fornecidos às empresas e na UE não é o modelo que seguimos”, mostrando as diferenças entre os diferentes processos.

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