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Vacina da AstraZeneca com eficácia de 75% contra variante do Reino Unido

A vacina da AstraZeneca/Oxford provou ser eficaz contra a variante britânica que foi um dos fatores que resultou no aumento exponencial de novos casos em Portugal. Embora os resultados sejam preliminares e não tenham sido sujeitos a uma avaliação de pares, os autores do estudo consideram que os resultados são promissores.
Reuters/DADO RUVIC
5 Fevereiro 2021, 15h52

A vacina da AstraZeneca/Oxford revela ser 75% eficaz contra a nova variante detetada no Reino Unido que fez disparar o número de casos confirmados e a respetiva taxa de incidência em Portugal durante o mês de janeiro. No entanto, de acordo com a notícia avançada pelo “Wall Street Journal”, que cita um estudo universitário publicado, esta sexta-feira, esta taxa de eficácia é mais reduzida do que os 84% calculados para as variantes mais antigas do SARS-CoV-2 que já resultaram em mais de 100 milhões de infetados de 2,3 milhões de mortes em todo o mundo.

Para os ensaios clínicos, foram analisadas amostras de sangue de 256 participantes que testaram positivo à Covid-19, sendo que desses menos de um terço estavam infetados pela nova estirpe. Embora os resultados sejam preliminares e não tenham sido sujeitos a uma avaliação de pares, os autores do estudo consideram que os resultados são promissores.

Os resultados chegam numa altura em que Portugal assiste ao quinto dia consecutivo de desaceleração de novos casos por Covid-19, depois de em janeiro, ter chegado a confirmado mais de 15 mil casos diários. Ainda que o número de casos diários esteja a diminuir, isso não significa que a propagação da nova variante tenha diminuído. Segundo as estimativas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a prevalência da nova estirpe, no início de dezembro, era de 1,5%. No mês seguinte, assistiu-se a um “crescimento exponencial” e estimou-se que a taxa de crescimento, por semana, tenha sido de 90%.

Os cálculos dos responsáveis do INSA previam, no final de janeiro, que nas três semanas que se seguiam, cerca de 65% de todos os casos de Covid-19 em Portugal fossem causados pela variante do Reino Unido.

“Esta variante é muito mais transmissível, até 50% mais transmissível. Ela neste momento tem um peso muitíssimo elevado no número de casos de Covid-19 em Portugal e funciona como um contrapeso muito considerável às medidas de confinamento”, acrescentou.

Para já, esta é a única variante que assume estas proporções nos números diários. Ainda só existe um caso da variante da África do Sul, e embora não tenha sido ainda detetada, os responsáveis do INSA não asseguram que a estirpe brasileira já não esteja a circular em Portugal.

A vacina da AstraZeneca, que tem origem no Reino Unido, já foi aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) e deverá começar a ser distribuída em breve na União Europeia. A Portugal, o primeiro lote de 113 mil vacinas deverá chegar a 19 de fevereiro.

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