A Direção-Geral da Saúde divulgou à noite de ontem a sua posição técnica relativamente à vacinação de crianças entre os cinco e os onze anos. Esta posição técnica final é referente à reunião do passado dia 5 de dezembro da Comissão Técnica da Vacinação, que notou que a variante Ómicron apressou a decisão.
“O atual contexto epidemiológico, à escala global, é de incerteza, nomeadamente pela circulação emergente da variante Ómicron, sendo expectável que surjam novos dados nas próximas semanas”, lê-se no parecer técnico.
Assim, e com base em toda a informação recolhida, “a variante Ómicron pode originar uma incidência mais elevada nas crianças com cinco a onze anos do que aquela que foi assumida na análise risco-benefício”.
Desta forma, e depois de analisadas todos os riscos e benefícios, a Comissão Técnica optou por recomendar a vacinação prioritária das crianças com cinco a onze anos com comorbilidades consideradas de risco.
Depois de decidir dar luz verde à vacinação, a Comissão Técnica adianta que está agora a concluir o melhor intervalo entre doses para estas faixas etárias. Até agora, e depois do parecer positivo da Agência Europeia do Medicamento, sabe-se que as crianças vão receber uma dose mais reduzida que os adultos.
Um grupo de especialistas em pediatria e saúde infantil consultado pela Comissão para a vacinação tinha considerado que “deve ser dada prioridade à vacinação dos adultos e dos grupos de risco, incluindo as crianças dos cinco aos onze anos”, um parecer que levou a que a DGS decidisse então avançar com a imunização desta faixa etária.
Ainda assim, o grupo de especialistas foi mais além e explicou que “poderá ser prudente aguardar por mais evidência científica antes de ser tomada uma decisão final de vacinação universal deste grupo etário”.
Dados recolhidos pela DGS mostram que as crianças até aos nove anos “constituem a faixa etária com maior incidência de infeção por SARS-CoV-2”, sendo que as crianças entre os cinco e os onze “constituem cerca de 40% do total de casos diagnosticados em pessoas com menos de 18 anos”.
Recorrendo a dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, a DGS evidenciou que o risco de hospitalização é 12 a 19 vezes superior em crianças que apresentem comorbilidades, embora cerca de 78% das crianças hospitalizadas não apresentem doenças prévias.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com