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Vendas de carros eletrificados já superam as de gasóleo

As vendas de carros elétricos dispararam, a par dos carregamentos na rede pública. A revolução imparável do carro elétrico veio para ficar.
16 Julho 2022, 21h00

As vendas de carros elétricos dispararam 63% no primeiro semestre face a período homólogo, mais de 7.600 unidades.

As vendas de carros elétricos já pesam 10% do total das vendas de ligeiros de passageiros, segundo os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).

“Este desempenho está em linha com a média europeia e significa que há cada vez mais oferta deste tipo de veículos mas, também, um aumento significativo da procura quer por particulares quer por empresas”, disse ao JE o secretário-geral da ACAP Hélder Barata Pedro. “Se consideramos aquilo que se designam como veículos electrificados ( incluindo híbridos), o total das vendas já supera as vendas de veículos a diesel, no segmento de ligeiros de passageiros”, acrescenta.

O responsável prevê que o disparo nas vendas de carro elétrico mantenha-se até ao final de 2022.

“Para o resto do ano, esperamos que esta tendência de aumento da venda de eléctricos se continue a incrementar, o que significa que representarão uma, cada vez maior, percentagem no total das vendas de veículos ligeiros de passageiros. Aliás, esta tem mesmo de ser a tendência, para se atingirem as metas de redução de emissões aprovadas pela Comissão Europeia para 2025 e para 2030”, segundo o líder da ACAP.

A base deste crescimento é a rede pública de carregadores. Sem os condutores confiarem que podem andar muitos quilómetros e que vai haver sempre um carregador por perto, eliminando a ansiedade associada ao carro elétricos, a revolução da mobilidade elétrica não avança.

Uma das empresas presentes no mercado é a EDP que conta atualmente com 1.300 pontos contratados para a rede pública nacional, mais 300 do que os registados há um ano. Até ao final deste ano, a elétrica quer atingir “3.000 pontos contratados na Península Ibérica”, disse fonte oficial ao JE.

Até junho, foram “feitas 170 mil sessões de carregamento de veículos elétricos nos pontos da EDP com mais de 2,5GWh de eletricidade. Assim, só no primeiro semestre deste ano, foi ultrapassada a utilização total registada em 2021, que tinha sido de 2GWh, e foram feitos quatro vezes mais carregamentos do que em todo o ano de 2020”.

“Estes dados demonstram o aumento expressivo do número de carros elétricos a circular nas estradas e deverão continuar a crescer, à medida em que a EDP coloca em operação mais soluções, de norte a sul do país, como é o caso dos 48 pontos de carregamento rápidos e ultrarrápidos nas autoestradas nacionais, todos já em funcionamento”, de acordo com a elétrica liderada por Miguel Stilwell de Andrade.

Já a Galp conta com “1.300 pontos de carregamento ativos em Portugal – o que nos garante a liderança de mercado no nosso país – , e prevemos alcançar os 10 mil pontos de carregamento na Península Ibérica dentro de três anos”, segundo fonte oficial.

A companhia registou um disparo no número de carregamentos efetuados na sua rede este ano. “Durante o primeiro semestre do ano corrente a nossa rede teve mais de 250.000 carregamentos, correspondendo a um aumento de 75% da energia consumida face ao semestre homologo de 2021”, acrescenta a companhia presidida por Andy Brown.

Olhando para o futuro, a EDP destaca que “no carregamento público, tem existido um esforço evidente de investimento dos operadores privados a garantir esta oferta, mas é importante que o Estado e as suas instituições contribuam também para este desenvolvimento, nomeadamente acelerando os processos de licenciamento e de ligação à rede; assegurando ao nível dos municípios também maior celeridade no licenciamento, para permitir que haja mais opções de carregamento na via pública em zonas residenciais, sobretudo para quem não tem garagem; e incentivando o investimento privado, sobretudo em zonas menos urbanas, para garantir uma disseminação geográfica da rede”, segundo a elétrica portuguesa.

Por sua vez, a Galp destaca que “a expansão da rede nacional de postos está a acompanhar – e até a superar – a procura, sendo que em Portugal existe um rácio de posto de carregamento / veículo elétrico bastante satisfatório, face aos padrões europeus. A expansão poderá ser acelerada, caso os diferentes intervenientes no sector – em particular os que procedem a licenciamentos ou disponibilização de potência elétrica -, sejam diligentes no cumprimento das suas obrigações, facto que irá atrair ainda mais investimento e credibilizar o sector, assim como assegurar que os processos em curso sigam o vacatio de execução expectável, aquando da decisão de investimento”.

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