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Venezuela, produtor de petróleo, só tem gasolina para transporte prioritário

O governo venezuelano reservou as poucas gasolineiras ainda em operação no quadro da quarentena para os transportes de material médico, alimentar e do exército.
A worker of state-run oil company PDVSA arranges an armband in the colors of Venezuela’s flag, at the military academy in Caracas March 10, 2013. Venezuelans of all stripes called on Saturday for a quick presidential election as acting President Nicolas Maduro tries to benefit from an emotional outpouring for his late mentor, Hugo Chavez, and step into his shoes. REUTERS/Tomas Bravo (VENEZUELA – Tags: POLITICS BUSINESS EMPLOYMENT)
26 Março 2020, 10h54

Enquanto o governo de Nicolás Maduro suspende as atividades e decreta uma quarentena preventiva contra o avanço do coronavírus, a Venezuela voltou a funcionar quase completamente sem gasolina: as restrições levaram as autoridades as determinarem que as poucas estações de serviço disponíveis só podem ser usadas por pessoal médico e militar, empresas de transporte de alimentos ou pessoas que possuem um passe oficial.

As causas dessa escassez são as mesmas de outras ocasiões: as instalações são obsoletas e a produção de petróleo do país – um dos maiores produtores mundiais – está num dos seu pontos mais baixos da história, devido à falta de manutenção. O aperto das sanções internacionais contra o regime de Maduro e as restrições planetárias devido à Covid-19 dificultam as operações de venda de combustível em alto-mar, medida que estava a ser usada para escoar o petróleo, principalmente para os mercados russo e chinês.

Recorde-se que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou há um mês sanções adicionais à empresa russa de petróleo Rosneft por ajudar o governo de Maduro a gerir operações comerciais offshore para compra e venda de petróleo venezuelano em troca de combustível refinado.

Os tanques de reserva de gasolina que a empresa estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) possui no país estão, no momento, abaixo dos 50% da sua capacidade, segundo avança o jornal espanhol ‘El Pais’. A queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais cria problemas adicionais de caixa à companhia de petróleo – mesmo num quadro de movimentos muito reduzidos.

A oposição acusa o regime de tirar proveito da quarentena para racionar ainda mais o pouco combustível que é capaz de refinar.

O executivo de Maduro declarou a existência de 91 casos de infeção por Covid-19 em todo o país, número que coincide com os da equipa médica estruturada por Juan Guaidó, líder da oposição. Autoridades de Maduro reclamam o fim das sanções dos Estados Unidos para lidar com a pandemia e anunciaram a chegada de assistência médica cubana e chinesa.

Guaidó já denunciou que a crise do coronavírus encontra o país com um ambiente sanitário próximo da iniquidade graças à corrupção do regime, à escassez de medicamentos que se verifica há vários anos e à geral desnutrição da população, assoberbada por anos e anos de uma economia depauperada.

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