Enquanto o governo de Nicolás Maduro suspende as atividades e decreta uma quarentena preventiva contra o avanço do coronavírus, a Venezuela voltou a funcionar quase completamente sem gasolina: as restrições levaram as autoridades as determinarem que as poucas estações de serviço disponíveis só podem ser usadas por pessoal médico e militar, empresas de transporte de alimentos ou pessoas que possuem um passe oficial.
As causas dessa escassez são as mesmas de outras ocasiões: as instalações são obsoletas e a produção de petróleo do país – um dos maiores produtores mundiais – está num dos seu pontos mais baixos da história, devido à falta de manutenção. O aperto das sanções internacionais contra o regime de Maduro e as restrições planetárias devido à Covid-19 dificultam as operações de venda de combustível em alto-mar, medida que estava a ser usada para escoar o petróleo, principalmente para os mercados russo e chinês.
Recorde-se que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou há um mês sanções adicionais à empresa russa de petróleo Rosneft por ajudar o governo de Maduro a gerir operações comerciais offshore para compra e venda de petróleo venezuelano em troca de combustível refinado.
Os tanques de reserva de gasolina que a empresa estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) possui no país estão, no momento, abaixo dos 50% da sua capacidade, segundo avança o jornal espanhol ‘El Pais’. A queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais cria problemas adicionais de caixa à companhia de petróleo – mesmo num quadro de movimentos muito reduzidos.
A oposição acusa o regime de tirar proveito da quarentena para racionar ainda mais o pouco combustível que é capaz de refinar.
O executivo de Maduro declarou a existência de 91 casos de infeção por Covid-19 em todo o país, número que coincide com os da equipa médica estruturada por Juan Guaidó, líder da oposição. Autoridades de Maduro reclamam o fim das sanções dos Estados Unidos para lidar com a pandemia e anunciaram a chegada de assistência médica cubana e chinesa.
Guaidó já denunciou que a crise do coronavírus encontra o país com um ambiente sanitário próximo da iniquidade graças à corrupção do regime, à escassez de medicamentos que se verifica há vários anos e à geral desnutrição da população, assoberbada por anos e anos de uma economia depauperada.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com