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Ventilador desenvolvido pelo CEIIA em fase de testes

A Escola de Medicina da Universidade do Minho e o Centro Clínico Académico de Braga têm já em curso o processo para a realização de ensaios do novo ventilador português em modelos vivos, animal e humano.
4 Abril 2020, 16h47

O ventilador desenvolvido pelo centro tecnológico CEIIA está pronto para entrar em fase de teste. “Os testes realizados em modelos mecânicos revelaram que o produto desenvolvido tem características que se comparam às dos ventiladores usados em unidades de cuidados intensivos”, revela José Miguel Pêgo, Médico e Professor da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

O Atena, assim se chama, é um ventilador pulmonar desenvolvido a partir do CEiiA – Centro de Engenharia para o Desenvolvimento de Produto – com a comunidade médica e científica em resposta à emergência nacional e global de saúde causada pela Covid-19.

O aparelho surgiu na sequência das recomendações da Organização Mundial de Saúde para que os países obtivessem equipamentos ventiladores pulmonares para responder à epidemia, com base na estimativa que 14% dos infetados com Covid-19 têm pneumonia e 5% ficam em estado crítico, necessitando de ventilação externa para conseguir respirar e combater a doença.

Em três semanas, o trabalho conjunto entre 106 engenheiros de várias áreas do CEiiA, intensivistas, pneumologistas, anestesistas e internistas de hospitais públicos e privados do Norte e Sul do país e a Escola de Medicina da Universidade do Minho, chegou à fase de protótipo funcional e está em teste com pulmões artificiais, cumprindo todos os requisitos funcionais definidos para o tratamento de doentes em falência respiratória aguda.

O Atena enquadra-se na tipologia de ventiladores mais avançados e complexos, os chamados “invasivos”, propondo uma arquitetura simples que permita a montagem rápida e a produção descentralizada, assegurando as caraterísticas técnicas e de segurança de um invasivo avançado, como sejam: controlar todos os parâmetros essenciais para responder à doença respiratória aguda, incluindo os modos de volume controlado, pressão controlada e pressão assistida; emitir alarmes críticos à monitorização do paciente; funcionar a partir da rede de gases hospitalar ou de botijas (versão portátil).

Entre as características também definidas e validadas pela comunidade médica estão ainda a sua utilização fácil e intuitiva, de fácil movimentação, seguro e fiável e também simples de limpar e descontaminar. Em termos técnicos, deve garantir o seu funcionamento contínuo sem falhas por um período mínimo de 15 dias, 24 horas por dia, e ser compatível com outros componentes médicos.

O plano prevê uma primeira produção de 100 unidades no CEiiA até final de abril. Após esta fase, está prevista uma produção de 400 unidades até final de maio. Nos meses seguintes, iniciar-se-á a produção descentralizada com o objetivo de atingir as 10.000 unidades.

A Fundação EDP, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação La Caixa/BPI e REN foram as primeiras entidades a apoiar o projeto. A associação destas fundações e empresas ao projeto Atena é decisiva para os hospitais portugueses disporem já em Maio de 100 unidades do modelo de ventilador mecânico invasivo concebido e desenvolvido para salvar a vida de quem entra em falência respiratória aguda.

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