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Vítor Escária: o assessor

De longa data. Trabalhou com António Costa quando o ainda primeiro-ministro foi presidente da câmara de Lisboa e escapou sem qualquer beliscadura política ao Galpgate – um tema que criou pouca tração no país.
7 Novembro 2023, 13h06

Não é descrito como amigo íntimo do primeiro-ministro António Costa – não partilhando por isso essa condição com Diogo Lacerda Machado, um homem com quem o seu destino se acaba de se cruzar, numa curva apertada da vida. Mas não é por isso que o seu nome não figura nos ‘arredores’ de Costa há já um bom número de anos.

Vítor Escária era assessor económico do primeiro-ministro (funções que também exerceu no executivo liderado por José Sócrates, lembram os jornais) quando, em 2017, se demitiu após ter sido constituído arguido no caso das viagens pagas pela Galp para assistir a jogos do Euro 2016.

O tema teve um nome pomposo e um pouco repetitivo, o Galpgate, mas pouca tração entre a opinião pública. Afinal, umas borlas para ir à bola não são propriamente um pecado sonante e Portugal seria o mais maravilhoso dos paraísos se a corrupção se circunscrevesse a isso. Ou dito de outra forma: apesar de ter pago uma multa de 1.200 euros ao Estado – como se tivesse recorrido à candonga para ver uma final de um mundial no Médio Oriente (viagem de avião incluída) – percebeu-se que Vítor Escária seria facilmente ‘reciclado’ de volta ao ‘círculo Costa’.

De facto, em 2018 foi consultor do primeiro-ministro (já o tinha sido antes na autarquia de Lisboa) durante as negociações do Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia e dois anos mais tarde acompanhou António Costa numa reunião preparatória do Conselho Europeu, segundo revela o jornal “Público”.

Diz-se ainda que foi um dos co-autores do programa eleitoral do PS, apesar de, segundo a mesma fonte, não ser filiado no partido, que haveria de ser derrotado nas urnas e repescado semanas mais tarde em modo ‘geringonça’.

Licenciado em Economia pelo ISEG, onde deu aulas, Vítor Escária tem publicado investigação sobre diversos temas, entre eles a evolução dos salários em Portugal numa série longa (que começa antes do 25 de Abril e acaba na década passada) e o impacto da emigração na economia.

Um tema onde com certeza se sente à vontade. De facto, depois de, em 2004, ter sido Professor Auxiliar no ISEG, foi em 2011 Professor Visitante na Faculdade de Economia, Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique e em 2014/2015 Professor Visitante na Faculdade de Economia, Universidade Agostinho Neto e na Faculdade de Economia da Universidade Lusíada, ambas em Angola.

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