A China está a preparar-se para emitir títulos soberanos especiais no valor de cerca de 2 triliões de yuans (aproximadamente 255 mil milhões de euros) como parte de um novo pacote de estímulo fiscal, avança a Reuters. Esta ação visa combater as pressões deflacionárias e apoiar o crescimento económico, especialmente num um momento em que a recuperação pós-Covid-19 enfrenta desafios significativos.
Dentro deste pacote, o Ministério das Finanças planeia emitir 1 trilião de yuans em dívida soberana especial, com o objetivo de estimular o consumo. Os recursos levantados através desses títulos, que são destinados a finalidades específicas, serão utilizados para aumentar os subsídios para a troca e renovação de bens de consumo, além de financiar a atualização de equipamentos comerciais de grande escala.
Também está previsto um benefício mensal de cerca de 800 yuans (102 euros) por criança para todas as famílias com dois ou mais filhos, excluindo o primeiro filho.
Além disso, a China planeia levantar mais 1 trilião de yuans através de uma emissão separada de dívida soberana especial, destinada a ajudar os governos locais a resolver suas dívidas. Embora a maior parte do estímulo fiscal ainda vá para investimentos, os retornos têm diminuído, e os gastos acumulados resultaram numa dívida local de aproximadamente 12 triliões de euros. Os gastos domésticos da China estão abaixo de 40% do PIB, cerca de 20 pontos percentuais abaixo da média global.
Medidas de apoio fiscal podem ser anunciadas ainda esta semana, à medida que as autoridades chinesas procuram atingir uma meta de crescimento económico de cerca de 5% para 2024 e estabilizar o mercado imobiliário, que tem enfrentado dificuldades. O Politburo da China indicou que fará uso eficaz dos títulos soberanos especiais e dos títulos locais para apoiar o investimento governamental e garantir os gastos fiscais necessários.
Recentemente, o banco central também anunciou medidas de estímulo monetário e de apoio ao mercado imobiliário, que superaram as expectativas, com injeções de liquidez e redução de custos de empréstimos. Essas medidas ajudaram a melhorar o sentimento do mercado, em grande parte devido à expectativa de que um pacote fiscal será introduzido para complementar as iniciativas monetárias. A expansão fiscal planeada representa uma tentativa contínua das autoridades de revitalizar uma economia que enfrenta sérias pressões deflacionárias e incertezas no setor imobiliário.
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