Brasil e Baker em alta nos Óscares 2025

As estatuetas douradas de Hollywood estão atribuídas. Sean Baker arrebatou cinco e o brasileiro Walter Salles pôs muitos brasileiros a celebrar em vésperas de Carnaval o Óscar de Melhor Filme Internacional, com “Ainda Estou Aqui”.

Baker faz história com o seu filme vencedor da Palma de Ouro, “Anora”, que arrebatou cinco Óscares, batendo outros favoritos como “O Brutalista”, “Wicked” e “Emilia Pérez” na categoria de Melhor Filme. “Conclave” não viu fumo branco, que acabou por levar para casa apenas um Óscar – o de Melhor Argumento Adaptado.

Baker recebeu pessoalmente quatro Óscares – Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original e Melhor Montagem –, uma vez que o de Melhor Atriz ficou literalmente nas mãos de Mikey Madison, mas ninguém lhe tira o recorde de ser o primeiro a receber quatro Óscares numa noite pelo mesmo filme. Feito que assinalou encorajando as pessoas a apoiarem os cinemas independentes, naquela que é “experiência comunitária que não se tem em casa”.

A atriz de “Anora”, Madison, de 25 anos, é a nona mulher mais jovem a receber o prémio. No seu discurso, prestou homenagem aos trabalhadores do sexo – fazendo eco de comentários semelhantes aos que Sean Baker fez em Cannes quando ganhou a Palma de Ouro.

O prémio de Melhor Ator foi atribuído a Adrien Brody pelo seu desempenho no épico americano “The Brutalist”, de Brady Corbet, no qual interpreta o arquiteto e sobrevivente do Holocausto László Tóth. Este é o segundo Óscar de Brody, que arrebatou a estatueta com o seu desempenho em “O Pianista” (2002), tornando-se, então, no mais jovem vencedor de sempre na categoria de Melhor Ator, aos 29 anos.

Os premiados da 97ª edição Prémios da Academia mostram que “Emilia Pérez” e a Netflix falharam em toda a linha, depois de o filme ter liderado o grupo com 13 nomeações. Contas feitas, o ‘narco-trans-musical’ deixa Los Angeles com apenas dois Óscares.

Prémio de Melhor Filme Internacional vai para o Brasil

E o Óscar vai para… “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, um feito inédito para o Brasil, que concorria com o dinamarquês “A Garota da Agulha”, o francês “Emilia Pérez”, o filme iraniano-alemão “A Semente do Figo Sagrado” e “Flow”, da Letónia, que venceu na categoria de melhor filme de animação.

Melhor Documentário e Melhor Animação

Um dos momentos mais políticos e poderosos da noite teve lugar aquando do anúncio do prémio de Melhor Documentário para “No Other Land”, resultado da colaboração entre cineastas palestinianos e israelitas para documentar a destruição sistemática de casas palestinianas na Cisjordânia por Israel.

Os realizadores Basel Adra, Rachel Szor, Hamdan Ballal e Yuval Abraham aceitaram o prémio e apelaram ao fim da “limpeza étnica do povo palestiniano”, em referência à destruição de Gaza por Israel, e à libertação dos reféns israelitas.

“Porquê? Não veem que estamos interligados?”, acrescentaram, referindo que israelitas e palestinianos realizaram o filme em conjunto, e não pouparam críticas aos EUA por bloquearem o caminho para a paz. Refira-se que a maior parte dos americanos não poderá ver o documentário em questão, pois continua sem distribuição nos EUA.

O filme letão “Flow – À Deriva” ganhou o prémio de Melhor Longa Metragem de Animação, batendo o favorito “Robot Selvagem” e a grande produção da Pixar, “Divertidamente 2”. Uma vitória histórica, visto ser o primeiro Óscar atribuído a uma produção da Letónia.

Melhor Ator Principal
Adrien Brody, O Brutalista – VENCEDOR
Timothée Chalamet, A Complete Unknown
Colman Domingo, Sing Sing
Ralph Fiennes, Conclave
Sebastian Stan, The Apprentice

Melhor Atriz Principal
Cynthia Erivo, Wicked
Karla Sofía Gascon, Emilia Pérez
Mikey Madison, Anora – VENCEDORA
Demi Moore, A Substância
Fernanda Torres, Ainda Estou Aqui