A Galp desvalorizou mais de 1,77 mil milhões de euros na bolsa de Lisboa na sessão de terça-feira após o fecho do negócio na Namíbia.
A companhia fechou a sessão a valer 10,284 mil milhões, depois de ter afundado quase 15% durante o dia de ontem. Os investidores não ficaram satisfeitos com o acordo alcançado na Namíbia com a TotalEnergies.
A entrada de um sócio no consórcio da Galp é uma forma de “reduzir a exposição financeira e o risco”, e uma prática corrente nesta indústria, dadas as elevadas necessidades de investimento que podem atingir 10-12 mil milhões de euros ao longo de vários anos até um poço começar a produzir petróleo.
“Estamos muito cientes da importância deste ativo para a Galp. Era crítico reduzir o risco” e ter um operador com “arcaboiço e experiência.”.
A UBS chegou a prever em outubro que o negócio poderia ser fechado por 200 milhões de euros iniciais, mais três mil milhões em custos de projeto cobertos pelo comprador.
O acordo está sujeito à aprovação do governo da Namíbia, das entidades reguladoras e dos parceiros, esperando que seja finalizado durante o ano de 2026.
A área de Venus deverá arrancar com a produção até 2030, no melhor cenário possível, seguindo-se Mopane 2/3 anos depois, prevê a companhia.
Isto vai permitir “antecipar alguns fluxos de caixa. Temos uma ponte até chegar a um estado de maturidade ativo”, segundo a gestora.
Já Maria João Carioca disparou: “não trocamos cash por valor”, segundo a gestora que considera que na base do sell-off terão estado “investidores com perfil mais orientado para o curto prazo” numa perspetiva de “devolução de cash mais rápido”.
“O que para nós era absolutamente crítico era ter um operador com condições para avançar o mais rapidamente possível, com alinhamento relativamente ao ativo e com algum compromisso relativamente ao ritmo de execução”, afirmou a gestora.
No campo de Venus, os franceses estão a trabalhar na criação de um navio-plataforma (FPSO) com a capacidade de produzir 160 mil barris diários, esperando fechar a decisão de investimento em 2026.
A Galp realizou extensos trabalhos de avaliação na Namíbia, incluindo vários levantamentos sísmicos 3D e oito poços de exploração e avaliação desde 2012, quando iniciou as suas operações no país. Cinco desses poços foram perfurados desde dezembro de 2023, levando à descoberta de Mopane.
Como fica o mapa na Namíbia?
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