[weglot_switcher]

Líder do patronato de Moçambique defende fim dos vistos na CPLP

Agostinho Vuma destaca a existência de “barreiras administrativas que devem ser ultrapassadas: “Nas nossas relações com a Embaixadora de Portugal em Moçambique, temo-nos focado no fim dos vistos. Há uma diferença abismal entre a existência de vistos e a relação que se desenvolve entre os países da CPLP”, referiu ao JE.
12 Dezembro 2019, 07h56

O presidente da CTA — Confederação das Associações Económicas de Moçambique, Agostinho Vuma, esteve em Portugal para a tomada de posse como presidente da CAL — Câmara Agrícola Lusófona. Em conversa com o Jornal Económico, o líder da principal estrutura associativa do patronato moçambicano disse defender “o fim dos vistos no espaço da CPLP — Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”, como forma de “dinamizar os negócios entre as empresas lusófonas” e reforçar o “crescimento das economias africanas”.

Agostinho Vuma destaca a existência de “barreiras administrativas que devem ser ultrapassadas: “Nas nossas relações com a Embaixadora de Portugal em Moçambique, temo-nos focado no fim dos vistos. Há uma diferença abismal entre a existência de vistos e a relação que se desenvolve entre os países da CPLP”, referiu ao JE.

O líder do patronato moçambicano realça que “há muita abertura, muita cooperação até a nível legislativo, mas continuamos a discutir esta barreira dos vistos. Esta vai ser uma das nossas grandes batalhas, até através da Câmara Agrícola Lusófona, para que possa ser possível que em todos os países membros se possa circular sem a necessidade de vistos. A CPLP tem de ser uma comunidade plena, à imagem da União Europeia, que é um sucesso”.

Dificuldades de financiamento

Quanto à economia moçambicana, Agostinho Vuma diz que deve existir uma “maior abertura” uma vez que a desconfiança, acredita este dirigente, “leva à subida das taxas de juro”. “Os grandes entraves ao desenvolvimento das empresas moçambicanas são a falta de qualificação dos recursos humanos e a contratação de crédito. Estamos com taxas de juro de 24%”.

Apesar de todos os entraves ao desenvolvimento das empresas, este empresário acredita que existe uma “relação histórica muito boa com os empresários portugueses. Portugal é dos maiores investidores em Moçambique. Se tirarmos o gás, Portugal é o nosso maior investidor direto estrangeiro”.

Agostinho Vuma realça ainda que Moçambique deverá contar com “crescimentos de dois digitos a partir de 2023 ou 2024. E quem tem de tirar o primeiro proveito desse crescimento é o país que sempre ajudou Moçambique: Portugal”.

Oportunidades de negócio

Quanto a oportunidades de negócio, Agostinho Vuma salienta que as prioridades do governo moçambicano são a energia, as infraestruturas, o turismo e a agricultura. “Não estamos a falar de recursos minerais, nem de gás ou petróleo”.

E dá exemplos: “Nós não temos uma cadeia hoteleira capaz de atrair o mundo, não temos grandes marcas como Sheraton ou o Hilton, precisamos de abrir mais o mercado. Os empresários estrangeiros que têm mais pujança financeira precisam de acreditar em Moçambique e de colocar essas grandes marcas no país, que tem 3.000 km de litoral, ou seja, um forte potencial turístico”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.