A Oferta Pública de Aquisição da China Three Gorges à EDP Energias de Portugal tem no projeto que quer para a energética portuguesa o ponto mais forte, mas o preço que os chineses estão a oferecer como contrapartida é “uma vulnerabilidade”, na opinião de Luís Marques Mendes.
“Esta iniciativa dos chineses tem um ponto forte, que é o projeto que eles apresentam, é um ponto muito forte e talvez para o comum dos cidadão o ponto mais forte. E isso é manter a EDP portuguesa, autónoma, com sede e estrutura operacional em Portugal “, referiu no espaço de comentário semanal na SIC.
“Segundo, que a EDP se torne mais forte e mais forte e competitiva porque querem incorporar na EDP participações que têm noutros países, na Alemanha, no Brasil, na Polónio, portanto isso também é bom. Terceiro, querem a EDP cotada em bolsa, querem ficar com 50 ou 60% do capital. Finalmente, querem uma EDP unida e não desmantelada, divida ou partilhada”, acrescentou.
Marques Mendes levantou a questão de se seria melhor ser uma empresa europeia a ficar com a EDP. “Para Portugal será melhor uma EDP controlada por chineses do que por uma empresa europeia, por exemplo espanhola, corria se o sério risco de a EDP ser desmantelada, dividida, e corria se o risco também de não ficar com sede em Portugal, portanto nesse plano é melhor”:
Questionado sobre o ponto fraco da oferta, Marques Mendes respondeu: “Ponto fraco, é o preço. O preço que os chineses propõem é uma vulnerabilidade. Julgo que não há ninguém que vá subscrever”. Recordou ainda que há seis anos quando a CTG comprou a participação na EDP, pagou um valor superior do que quer pagar agora.
O ex-líder do PSD explicou ainda que a OPA pode enfrentar “problemas sérios” em termos da regulação. “Primeiro nos Estados Unidos, porque a administração Trump não gosta muitos de compra de ativos pelos chineses, e depois na Europa, sobretudo por causa dos problemas de ativos de produção, transporte e distribuição, tudo na mesma entidade”.
Sobre a gestão política do processa da OPA, Marques Mendes afirmou que “António Costa não esteve nada bem, o primeiro-ministro foi imprudente e precipitado”. Acrescentou que “este não é um assunto da política, este é um assunto da economia e António Costa veio logo, antes de algum acionista se pronunciar, dizer que não problema nenhum”. O comentador frisou que o Estado não é acionista da EDP e portanto não tem de se pronunciar, muito menos antes dos acionistas.
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