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Resultados do referendo na Turquia ameaçam BBVA local

Possível pressão feita pelo presidente turco às entidades bancárias cria receios e incertezas. A Moody’s estima que a economia crescerá 2,6%, menos 0,3% do que no período homólogo e, menos 3,5% do que em 2015.
18 Abril 2017, 13h16

O BBVA, que opera na banca turca através da subsidiária Garanti, pode ver as suas margens ameaçadas com o resultado do referendo constitucional que atribuiu ao presidente Erdogan ainda mais poder do que aquele que anteriormente detinha.

Apesar das incertezas, o BBVA defende um compromisso com a economia de 75 milhões de habitantes da Turquia e, em fevereiro, reforçou a sua participação através de uma aquisição de 9,95% do capital da Garanti, detendo um total de 49,85% de participação da subsidiária.

O assessor económico do presidente turco, Yigit Bulut, declarou na passada segunda-feira à emissora TRT que “as taxas de juros são uma doença que temos de derrubar”, exigindo uma ampliação nos créditos da parte das instituições horas depois do resultado do referendo ter sido tornado público. As declarações de Bulut chegaram aos mercados onde se verificou uma subida de 0,76% das acções e uma valorização de 3% da lira face ao euro. O Garanti subiu 1,13% durante a sessão, encerrando com uma variação negativa de 0,21%, e os ADRS do BBVA subiram 1,1%, noticia o El Economista.

“Prestar mais e mais barato” é, de acordo com o jornal espanhol, a obsessão de Erdogan, que alertou a banca em agosto passado sobre as suas intenções. Os dados compilados pela agência Bloomberg avançam que os bancos já em março davam hipotecas sem margem com taxas de 11,11% em comparação com os 11,30% que lhes custam os depósitos a três meses e o crédito ao consumo, que ronda os 15,5%.

Neste contexto, o crédito disparou 21,2% em março, de acordo com a autoridade bancária BDDK. O receio relaciona-se com a possível pressão feita às entidades bancárias que os leve a tomar posições excessivas enquanto a economia desacelera. A Moody’s estima que a economia crescerá 2,6%, menos 0,3% do que no período homólogo. Em 2015, a economia turca cresceu 6,1%.

 

 

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