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Angela Merkel tem 100 mil milhões para acabar com o carvão e modernizar ferrovia

Berlim tem 40 mil milhões para acabar com a dependência do carvão e promover as renováveis e 60 mil milhões para modernizar a ferrovia do país e promover a mobilidade sustentável.
16 Janeiro 2020, 12h00

A chanceler Angela Merkel assinou um acordo para dar inicio ao processo de eliminação de carvão na Alemanha, garantido 4,35 mil milhões em indemnizações aos serviços públicos e regiões afetadas, para que o encerramento destas fábricas possa começar já este ano.

Segundo a Bloomberg, as conversas começaram esta quarta-feira à tarde e prolongaram-se até à noite com o governo a aprovar um prazo para encerrar todas as centrais de carvão até 2038. Uma ajuda financeira total de 40 mil milhões de euros também será acordada aos quatro Estados signatários do acordo, conforme um projeto-lei adotado em maio de 2019.

“Foi uma noite longa, durou até duas horas da manhã, mas conseguimos chegar a um acordo sensato”, disse Armin Laschet, presidente da Renânia do Norte-Vestfália, numa entrevista à rádio Deutschlandfunk. “O prazo em que concordamos é ambicioso, mas realista.”

“Isto vai representar 2,6 mil milhões de euros para os complexos do oeste da Alemanha e 1,75 mil milhões para o leste”, um montante repartido “numa quinzena de anos que se seguirão aos encerramentos“, precisou Olaf Scholz.

Segundo a agência noticiosa, a maior central de carvão a RWE, vai receber 2,6 mil milhões de euros em pagamentos e ficará bloqueada de destruir a floresta Hambach para a construção de uma nova central. Já as operações situadas a leste da Alemanha vão ganhar 1,75 mil milhões em compensações, garantiu o ministro das Finanças Olaf Scholz, durante uma conferência de imprensa em Berlim.

A líder alemã tem estado sob pressão, tanto por parte dos ambientalistas e mineiros, sobre a questão do encerramento destas centrais apesar de tudo indicar que o país vai cumprir as metas de 2020 estipuladas no Acordo de Paris. A situação torna-se ainda mais intensa graças ao partido dos Verdes e extrema direita

Laschet estima que pelo menos três mil postos de trabalho sejam postos em causa com o encerramento destas centrais, e acrescentou ainda que a neutralização do carbono vai começar no ocidente alemão, já que é o no oriente do país que se verifica uma maior resistência à transição energética devido ao passado comunista que depende mais do carvão e representa a percentagem mais baixa do PIB da Alemanha.

Num plano adotado em dezembro sob pressão das mobilizações de cidadãos pelo clima, a Alemanha fixou como objetivo diminuir 55% as emissões de gás com efeito de estufa até 2030, em relação ao nível de 1990, enquanto já assegurou que não vai cumprir os objetivos climáticos para 2020.

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