A companhia aérea Ryanair emitiu um comunicado onde afirma estar contra o resgate anunciado pelo governo alemão à Lufthansa de 9 mil milhões de euros, justificando que essa “ajuda” irá criar desigualdades competitivas no setor, segundo a “Reuters”.
Segundo o comunicado da Ryanair, o resgate do governo alemão vai permitir à Lufthansa “praticar preços abaixo do custo” tornando quase impossível para a companhia irlandesa competir com os preços praticados, algo que também afetará a Easyjet.
“A Ryanair vai apelar contra o exemplo mais recente de auxílio estatal ilegal à Lufthansa, que distorcer a concorrência” lê-se no comunicado a que a “Reuters” teve acesso.
Através do resgate, o governo alemão ficará como principal acionista da companhia aérea com 20% de participação no capital da empresa, de acordo com as últimas informações conhecidas e na ausência de confirmação oficial. Segundo o jornal alemão Bild am Sonntag, a Lufthansa terá três anos para reembolsar o auxílio fornecido pelo executivo de Angela Merkel.
Segundo a Bloomberg, as negociações entre Berlim e Bruxelas estão estagnadas, devido à discórdia entre o governo alemão e a comissão europeia sobre a rapidez com que o bloco comunitário deve dar o seu “aval” ao resgate, uma vez que o governo alemão o aprove. Um dos pontos mais controversos é justamente a alta participação que o executivo alemão terá na companhia aérea.
À semelhança do que acontece um pouco por todo o mundo no setor da aviação, a TAP também está a lutar pela sua sobrevivência. Segundo o ministro das Infraestruturas e da Habitação, a dívida financeira líquida da TAP situa-se neste momento em cerca de mil milhões de euros.
O ministro das Infraestruturas disse que “está a ser estudada a melhor forma” de proceder ao auxílio financeiro à TAP. “Nós temos sempre aqui duas dimensões: uma dimensão de curto prazo, portanto, que implique uma intervenção de emergência, de tesouraria, da liquidez da própria empresa. Mas, não tenhamos ilusões: nós precisamos de revisitar a própria estrutura da empresa, o seu plano estratégico e isso, obviamente, será tarefa mais distendida no tempo, pela dimensão do mesmo. Mas, isso não pode e não impedirá que haja, desde logo, uma intervenção desde que possível”, esclareceu.
O ministro das Infraestruturas explicou que o processo negocial que se vai iniciar entre o Estado e os acionistas privados abrange também negociações com os fornecedores da TAP, incluindo os detentores dos contratos de ‘leasing’, além de ter como preocupação a salvaguarda dos postos de trabalho nas empresas da TAP e na própria TAP.
Sobre a questão da negociação com Bruxelas relativamente às ajudas de Estado à TAP, Pedro Nuno Santos anunciou que “já foram feitos os primeiros contactos com a Comissão Europeia relativamente aos auxílios de Estado, não só para as companhias aéreas, mas para todos os setores de atividade”.
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