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Brexit custou mais de 30 mil milhões à economia britânica

“O investimento estabilizou a partir de 2016 e caímos para o fundo dos países do G7”, alertou esta segunda-feira o economista Jonathan Haskel, do Banco de Inglaterra.
13 Fevereiro 2023, 12h37

A perda de investimentos de empresas desde que o Reino Unido deixou a União Europeia (UE) já custou 29 mil milhões de libras esterlinas (aproximadamente 33 mil milhões de euros) à economia do Reino Unido. Os cálculos, partilhados esta segunda-feira pelo economista Jonathan Haskel, diretor de políticas do Banco da Inglaterra (BoE – Bank of England), traduzem-se em mil libras por família, ou seja cerca de 1.130 euros por agregado familiar.

Jonathan Haskel considera que, com o Brexit, o Reino Unido “sofreu muito mais” em termos de produtividade. “Se olharmos para o período até 2016, é verdade que tivemos a maior desaceleração da produtividade até 2016, mas investimos muito”, afirmou o membro do Comité de Política Monetária do BoE.

“Tivemos um grande boom entre 2012 e 2016 (…), mas entretanto o investimento estabilizou a partir de 2016 e caímos para o fundo dos países do G7”, advertiu o responsável do banco central britânico, em declarações à newsletter “The Overshoot”, citadas pela “Bloomberg“.

O impacto da saída do Reino Unido da comunidade única sente-se um pouco por todos os sectores de atividade económica. Segundo um trabalho desenvolvido pelo jornal “El Diario”, com dados referentes a outubro de 2022, os britânicos deixaram de comprar 16% na UE e os europeus continentais reduziram as suas importações de bens e serviços britânicos em 20%.

Para tentar controlar essa perda e diversificar mercados, o governo do Reino Unido assinou acordos comerciais com outros países fora da UE, mas foram apenas dois: com a Austrália e a Nova Zelândia.

Na educação, o número de estudantes universitários oriundos de Estados-membros caiu de 66.680 em 2020 para 31 mil em 2021, quando entraram em vigor as novas regras que equiparam os alunos europeus aos de qualquer outra parte do mundo (logo, mais burocracia com vistos e propinas mais elevadas). As maiores quedas ter-se-ão sentido de França, Alemanha e Itália, de acordo a informação apurada pela agência britânica de estatísticas do ensino superior (HESA – Higher Education Statistics Agency), divulgada pela mesma publicação.

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