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Eficiência energética é chave para sustentabilidade que veio para ficar

Neste quadro, reforçado pela regulamentação e pela exigência dos consumidores, a eficiência energética desempenha um papel fundamental.
3 Outubro 2021, 18h00

A preocupação com a sustentabilidade em toda a fileira da construção do imobiliário e os objetivos de descarbonização para o sector são uma tendência que os agentes do mercado consideram que veio para ficar, com implicações que se aprofundarão no futuro. Neste quadro, reforçado pela regulamentação e pela exigência dos consumidores, a eficiência energética desempenha um papel fundamental.

“O sector imobiliário tem sabido responder aos desafios de melhoria do desempenho energético dos edifícios e, consequentemente, 63% dos novos edifícios licenciados em 2021 situam-se na classe A ou A+. Já a incorporação de energias renováveis nos edifícios de habitação é hoje superior a 50%”, afirma ao Jornal Económico Nelson Lage, presidente da ADENE – Agência para a Energia.

Os edifícios são responsáveis pelo consumo de aproximadamente 40% da energia final na Europa e 30% em Portugal, segundo dados da Direção Geral de Energia e Geologia, que considera que “mais de 50% deste consumo pode ser reduzido através de medidas eficiência energética, o que pode representar uma redução anual de 400 milhões de toneladas de CO2” – quase a totalidade do compromisso da UE no âmbito do Protocolo de Quioto”.

Para que se alcance este tipo de objetivos, a tecnologia é indispensável. Nelson Lage refere que “o desenvolvimento tecnológico já integra os principais instrumentos de política pública para a eficiência energética e uso de recursos nos edifícios” e acrescenta que a “introdução de novas soluções tecnológicas em contexto de reabilitação dos edifícios, quer ao nível dos elementos construtivos, quer nos equipamentos, proporciona uma aplicação mais eficaz das oportunidades de melhoria identificadas nos certificados energéticos”.

No percurso para o cumprimento de objetivos de descarbonização têm lugar, também, tecnologias de aproveitamento de energias renováveis nos próprios edifícios, de que são exemplos o solar térmico e o fotovoltaico integrado nas coberturas e nas fachadas, que “têm feito com que os edifícios deixem de ser apenas consumidores de energia, mas passem a ser também geradores de energia”.

Nelson Lage sublinha que “é expectável que as novas soluções tecnológicas terão natural procura no futuro, sendo ainda mais valorizadas em contexto da certificação energética dos edifícios gerida pela ADENE”.

Refere, ainda, que, no que respeita à sustentabilidade, as oportunidades não se esgotam só na energia. “Nos edifícios, os consumos de energia e água estão intimamente ligados e as tecnologias de monitorização, armazenamento e controlo inteligente vêm assumindo um papel cada vez mais importante numa gestão eficiente de ambos os recursos”, afirma. Por isso, “também na eficiência hídrica serão valorizadas as soluções que contribuam para um melhor desempenho hídrico do edifício, determinado, por exemplo, pela classificação AQUA+ da ADENE”.

Finalmente, acrescenta que “o desenvolvimento tecnológico nos edifícios deverá ter igualmente em conta os princípios de economia circular e de descarbonização do edificado”, avisando que “será necessário definir competências, formar e qualificar técnicos para que as boas soluções tecnológicas sejam bem instaladas e bem mantidas”.

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