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Mais de 70% das empresas com patentes em tecnologias limpas na UE empregam menos de 5 mil pessoas

Tecnologias de baixo carbono, mobilidade limpa e as alternativas aos plásticos são os principais domínios das invenções desenvolvidas na Europa. Alemanha e França lideram em invenções limpas e sustentáveis.
26 Abril 2024, 18h56

Entre 1997 e 2021, foram publicadas mais de 750 mil invenções para tecnologias limpas e sustentáveis, representando quase 12% de todas as invenções durante este período. Só no período entre 2016 e 2021, as invenções no domínio das tecnologias limpas aumentaram 33%, com quase 55 mil invenções registadas só em 2021.

Os números, divulgados esta sexta-feira, Dia Mundial da Propriedade Intelectual, constam do relatório conjunto da OEP (Organização Europeia de Patentes) e do  BEI (Banco Europeu de Investimento) “Financiamento e Comercialização da Inovação em Tecnologias Limpas”.

Entre 2017 e 2021, os Estados-membros da OEP contribuíram com 27% de todas as invenções de elevado valor no domínio das tecnologias limpas a nível mundial, tal como indica o número de famílias de patentes internacionais (FPI), sendo a Alemanha, a França e o Reino Unido os principais contribuintes regionais. A nível mundial, o Japão, os Estados Unidos e a China continuam a ser intervenientes importantes, tendo a China aumentado rapidamente o seu setor das tecnologias limpas nos últimos anos.

Mais de 70% das empresas que patenteiam tecnologias limpas e sustentáveis na UE têm menos de 5.000 trabalhadores. Ainda que 29% destas empresas atribuam prioridade ao mercado nacional, 61% consideram a UE o seu principal mercado futuro. No que diz respeito ao quadro jurídico para promover a atividade empresarial, 43% das médias empresas e 55% das grandes empresas com menos de 5.000 trabalhadores referem que a existência de uma regulamentação europeia coerente representa a forma de apoio político mais desejada. As micro e pequenas empresas inovadoras no domínio das tecnologias limpas consideram que o acesso ao financiamento é o principal obstáculo às suas atividades.

As tecnologias limpas e sustentáveis englobam uma gama diversificada de soluções, destinadas a melhorar a eficiência energética, a utilizar recursos sustentáveis, a reduzir a poluição e os resíduos e a atenuar os impactos adversos das alterações climáticas. As tecnologias de baixo carbono lideram o sector, enquanto que as soluções de mobilidade limpa ocupam o segundo lugar. As alternativas aos plásticos vêm logo a seguir, com um número significativo de pedidos de patentes. A produção limpa e sustentável, juntamente com a construção, as TIC e as tecnologias de adaptação às alterações climáticas, apresentam também uma atividade substancial em matéria de patentes, com trajetórias de crescimento variáveis entre setores.

 

Ligar investidores e startups de alta tecnologia

O relatório inclui também um inquérito exaustivo aos inventores europeus, destacando as suas atividades no domínio das tecnologias limpas sustentáveis e o apoio de que necessitam para colocar as suas invenções no mercado.

No outono passado, a Organização Europeia de Patente lançou o Deep Tech Finder, uma ferramenta que combina os perfis empresariais de cerca de 9.000 startups europeias prontas a investir com informações sobre o seu portefólio de patentes.

O Deep Tech Finder dispõe de um conjunto de filtros para diferentes tecnologias sustentáveis ligadas a cerca de 300 startups europeias, tornando mais fácil para os investidores encontrarem empresas promissoras e vice-versa. A ferramenta foi recentemente atualizada com funcionalidades melhoradas para apresentar as startups que correspondem aos critérios de consulta, uma função de download simples e informações mais detalhadas sobre o estado das patentes.

Num contexto de temperaturas recorde e de objetivos de desenvolvimento sustentável cada vez mais urgentes, “a proliferação de tecnologias limpas e sustentáveis é a chave para garantir um futuro melhor”, destaca António Campinos,  presidente da OEP. “Embora seja encorajador ver inventores na UE a liderar o processo de patenteamento de tecnologias limpas, é vital que a comunidade global da propriedade intelectual continue a aprofundar a sua colaboração”.

O responsável lembra que o quadro jurídico da UE para a proteção da inovação foi reforçado no verão passado, quando a OEP foi incumbida de administrar o novo sistema de Patente Unitária, “proporcionando uma proteção de patentes mais simples e a um custo mais acessível, através da atribuição de um direito único para um conjunto de 17 Estados-membros da UE”.

“A Europa está na vanguarda da inovação no domínio das tecnologias limpas, e um mercado único plenamente operacional na União Europeia é um catalisador para a sua expansão. O Grupo BEI está empenhado em apoiar a competitividade da Europa através do investimento em tecnologias com emissões nulas e na eficiência dos recursos”, afirma Nadia Calviño, presidente do BEI. “Ao disponibilizar capital de risco e financiamento estratégico aos inovadores em tecnologias limpas, podemos promover o desenvolvimento e a adoção de tecnologias de ponta que permitirão um crescimento mais verde e mais justo e um futuro sustentável”, salienta.

 

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